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Sindicato dos Servidores das Justiças Federais no estado do Rio de Janeiro - Telefone: (21) 2215-2443

MINISTRO NEGA MANDADO de Segurança contra decisão do TCU que impediu pagamento cumulativo de gratificação e Quintos

Sisejufe lutará pelo reconhecimento do direito até o esgotamento de todos os meios

O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou o Mandado de Segurança (MS) 35452, por meio do qual uma oficial de Justiça do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) questionava decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) que considerou ilegal o ato de concessão de sua aposentadoria e determinou a suspensão do pagamento da parcela relativa à Gratificação de Atividades Externas (GAE) cumulativamente com os quintos incorporados em decorrência da função comissionada (FC-5) que exerceu.

No mandado de segurança, a servidora aposentada argumentou que a decisão do TCU violava o devido processo legal, ofendia o princípio da irredutibilidade salarial e transgredia situação juridicamente já consolidada. Ela apontou ainda a decadência do direito do órgão para controlar e invalidar a vantagem por ela percebida, visto que a parcela (FC-5) integraria seus proventos de aposentaria há mais de cinco anos e havia sido incorporada à sua remuneração há mais de 20 anos com base nas disposições legais então vigentes.

Em sua decisão, o decano observou que o acórdão do TCU se ajusta integralmente à orientação jurisprudencial que o Supremo firmou sobre a matéria. Segundo explicou, o ato de concessão de aposentadoria, reforma ou pensão somente se aperfeiçoa com a análise de sua legalidade e posterior registro pelo TCU.

O ministro observou que, no curso do procedimento administrativo de apreciação da legalidade do ato de concessão inicial, não é assegurado a seu beneficiário o direito de defesa e contraditório, exceto se ultrapassado o prazo de cinco anos contado a partir do ingresso do processo no TCU. “O exame dos presentes autos, no entanto, revela que o lapso de tempo transcorrido entre o momento em que o ato concessivo foi submetido ao Tribunal de Contas da União (16/12/2014) e a ocasião em que proferida a deliberação ora impugnada (1º/11/2016) não superou os parâmetros temporais estabelecidos pela jurisprudência que venho de mencionar, razão pela qual não se verifica, neste caso, a alegada violação aos postulados do devido processo legal e do contraditório, que somente poderia caracterizar-se na hipótese (inocorrente na espécie) em que o Tribunal de Contas da União, caso ultrapassado referido prazo quinquenal, não houvesse assegurado à impetrante, ora agravada, o exercício do direito à ampla defesa e ao contraditório”, afirmou.

Quanto à alegada consumação da decadência administrativa, o ministro ressaltou que a jurisprudência do STF entende inaplicável o artigo 54 da Lei 9.784/1999 ao procedimento de controle externo de legalidade dos atos concessivos de aposentadorias, reformas ou pensões. O dispositivo estabelece que “o direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé”. Ao negar o mandado de segurança, o decano cassou liminar anteriormente deferida, julgando prejudicado o agravo interposto pela União.

Leia a íntegra da decisão CLICANDO AQUI.

Reprodução de matéria tendo como fonte o Supremo Tribunal Federal, 30/10/2018

 

Sisejufe tem mandados de segurança acerca da questão

Consultada, a Assessoria Jurídica do sindicato informa que o Sisejufe tem cerca de “cinco mandados de segurança individuais sobre essa matéria no Supremo Tribunal Federal (STF), nos quais, inicialmente, ganhamos as medidas liminares”. Contudo, em decisões monocráticas “os ministros têm denegado a segurança e estamos agravando dessas decisões para provocar a apreciação pelas Turmas”, aponta Aracéli Rodrigues, a advogada, assessora jurídica do Sisejufe.

A advogada esclarece também que os mandados de segurança julgados até agora envolveram casos de servidores que tiveram a GAE incluída já na aposentadoria, o que difere dos casos abrangidos pela ação coletiva movida pelo Sisejufe. “Na ação coletiva discutimos a situação dos servidores que vinham recebendo as parcelas, na atividade, há mais de 5 anos e, no momento de aposentar, tiveram o pagamento questionado.”

A diretora Mariana Liria ressalta que o Sisejufe vem acompanhando a questão desde o começo, tanto através da sua assessoria jurídica como através de gestões junto ao tribunal. “Estivemos buscando, desde que nos deparamos com esse ultraje de perda de direitos, uma solução administrativa no tribunal. Na esfera jurídica, lutaremos pelo reconhecimento do direito dos colegas até o esgotamento de todos os meios.”

 

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