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Sindicato dos Servidores das Justiças Federais no estado do Rio de Janeiro - Telefone: (21) 2215-2443

Sisejufe realiza seminário “Enfrentamento da Violência Laboral no Poder Judiciário”

Evento fechou a campanha de combate ao assédio moral que o sindicato fez ao longo do mês de maio

O Dia Nacional de Combate ao Assédio Moral, comemorado em 2 de maio, é uma excelente oportunidade para refletirmos sobre a importância de termos, sempre,  ambientes de trabalho saudáveis, seja no setor público ou na iniciativa privada. Pensando nisso, o Sisejufe fez, ao longo do mês, uma campanha nas redes sociais de combate ao assédio moral e, fechando o mês de conscientização sobre o tema, realizou, na noite do dia 31/05, na sede do Sisejufe, o seminário “Enfrentamento da Violência Laboral no Poder Judiciário”.

Organizado pela assessoria política do sindicato em conjunto com o Departamento de Saúde do Sisejufe, coordenado pela diretora Andrea Capellão, o seminário teve como palestrantes Karla Valle, assistente social do TRT1; Gisele Goneli, coordenadora de Saúde e Integração do TRE-RJ; e Aniele Xavier, psicóloga da SJRJ.

Foi uma noite de muita informação sobre o tema, mas principalmente, de muita troca, relatos pessoais e acolhimento.

Para Andréa Capellão, o seminário superou as expectativas.  “Ouvimos três profissionais de altíssimo gabarito, que trouxeram questões de suma importância para os servidores.  Não há quem tenha saído sem se sentir representado naquelas falas.  Muitas vezes a gente só se dá conta de que sofreu ou sofre violência laboral muito tempo depois, ouvindo os relatos das profissionais de saúde ou de outros colegas.  O assunto é espinhoso, mas tem que ser tratado, e o Sisejufe não foge da sua obrigação de informar e defender a categoria”, afirmou a dirigente.

Karla iniciou a palestra agradecendo ao Sisejufe pelo convite e pela disponibilidade de trazer à tona o debate do assédio moral e da violência laboral. “A modernização do mundo do trabalho está diretamente sendo atravessada pela nossa herança arcaica das relações de trabalho, ou seja, eu modernizo nossas ferramentas de trabalho, eu cada vez mais falo de metas, de planejamento estratégico, uso palavras bonitas, mas o que eu quero mesmo são formas de gestão arcaicas, com super controle gerencial do trabalho. Por que a gente vem compreendendo lideranças que se pautam por marketing institucional? Por lideranças que só visam as metas, metas e metas. Mas o que significa essa celeridade? Por vezes, significa mapeamento de números e saúde bem adoecida dos servidores e dos trabalhadores, em geral. Então, todos esses aspectos têm que ser abarcados na discussão”, alertou Karla.

Segundo ela, a violência laboral é uma expressão da violência que temos em nossa sociedade como um todo. “Uma sociedade patrimonialista, coronelista, machista, classista, racista, capacitista, ela automaticamente vai reproduzir isso nas relações de trabalho. Tal qual um soldado nazista, que só está cumprindo ordens, a gente se abstém de refletir eticamente o trabalho e, em nome da meta, reproduz de forma utilitarista e pragmática, com discursos violentos e antiéticos essas violências”.

Ela também chamou a atenção para o cuidado em não cair na armadilha que a tecnologia traz para o mundo do trabalho e para a vida das pessoas: “Dentro de um contexto de modernização das nossas ferramentas de trabalho e que mais do que nunca o nosso trabalho se torna informatizado, tecnológico, é ridículo continuar achando que um telefonema à noite ou aquela mensagem de madrugada é um meio de comunicação informal. Não! Você já está tensionando, provocando, invadindo a vida privada dessa pessoa. São práticas e situações que já dizem respeito sobre a nossa prática de trabalho e que não são de menor dimensão. Então, esse Brasil que se moderniza através do atraso ele precisa entender, por exemplo, que uma mensagem de WhatsApp não é só uma mensagem de WhatsApp e que um e-mail não é só um e-mail. Não quando se trata de relações de trabalho, de formas de comunicação e que essas formas de comunicação elas cada vez mais contribuem para o nosso sofrimento psíquico e para a carga psíquica de labor”.

Gisele explicou que o assédio moral é um processo contínuo e reiterado. Um conjunto de condutas abusivas que se perpetuam no tempo. “O assédio moral não é um evento único, um mal “estarzinho” que a pessoa tem, uma coisa esporádica, um constrangimento que ela sofreu um dia. Não. Isso acontece mesmo como uma campanha de terror psicológico e isso é importante entender para conseguir alcançar o nível de devastação psicológica que a pessoa que é vítima de assédio moral passa a ter”. Ela salientou a importância de se prevenir o assédio moral no trabalho. Prevenir e enfrentar. Sobre o engajamento do Sisejefe no tema, ela comentou: “Além de ser também um canal de acolhimento ao servidor , é importante entender que quando o sindicato receber uma vítima de assédio moral e vier a ingressar com um processo ou for ajudar essa pessoa administrativa ou judicialmente, entender que não se trata apenas de dois polos, assediador e vítima, mas ter a clareza de que no entorno disso existe a necessidade de lutar pela mudança de cultura institucional. Lutar pela mudança na organização do trabalho”.

Já Aniele buscou contextualizar o fenômeno do assédio e da violência laboral que, segundo ela, é um fenômeno crescente não só no Judiciário, mas no mundo do trabalho como um todo: “A maior arma de enfrentamento do assédio e das violências laborais é o coletivo. A violência visa isolar, visa criar uma cultura de medo e a gente tem que pensar nos antídotos ao medo e ao isolamento. Pra combater efetivamente, e o sindicato é um espaço pra gente pensar isso como coletivo de trabalho, a gente precisa reforçar os laços sociais, apoiar as pessoas que estão em sofrimento pra se sentirem empoderadas a buscar ajuda profissional ou com os próprios colegas de trabalho. Isso é a maior potência possível para essas situações”.

O público presente e também o que acompanhou a transmissão ao vivo pelo Instagram teve a oportunidade de conhecer melhor sobre esse assunto que tanto mexe com as pessoas. Ao final da fala das palestrantes convidadas, a transmissão online foi encerrada e se iniciou um momento de bate-papo descontraído, com as pessoas falando de casos vividos por elas ou por colegas de trabalho.

Para acompanhar na íntegra a fala de cada uma das palestrantes do seminário  “Enfrentamento da Violência Laboral no Poder Judiciário”, clique AQUI.

 

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