Na quinta-feira, dia 22/06, às 19h, no auditório do Sisejufe, acontecerá a atividade de formação rumo à Marcha das Margaridas.
Objetivo do encontro é reunir mulheres da cidade e do campo para juntas dialogarem sobre suas realidades, dificuldades e anseios. É também uma preparação política para todas que irão para a Marcha das Margaridas, em Brasília, dias 15 e 16 de agosto. Em 2023, acontece a 7ª edição da Marcha, que tem como tema “Margaridas em marcha pela reconstrução do Brasil e pelo bem viver”.
Para a atividade de formação que acontecerá no auditório do Sisejufe, teremos as seguintes convidadas palestrantes:
– Luana Carvalho, do MST
– Ana Priscila Alves, da Marcha Mundial das Mulheres
– Irene Alves de Mello: moradora do acampamento Sebastião Lan. Compõe o Conselho Municipal de Meio Ambiente de Casimiro de Abreu
– Tainá de Paula: secretária de Meio Ambiente e Clima da cidade do Rio de Janeiro
A atividade de formação é voltada à capacitação das mulheres que têm interesse de ir à Marcha das Margaridas, mas os homens que quiserem estar presentes (especificamente na atividade de formação) serão, claro, muito bem-vindos. Afinal, se o que queremos é um mundo melhor e mais justo para todas e todos, compartilhar informação é sempre um bom caminho.
Margaridas do Judiciário
O mote das Margaridas do Judiciário para a Marcha desse ano é “Justiça, Democracia e Bem Viver”. Anny Figueiredo, coordenadora do Departamento de Mulheres do Sisejufe e diretora do sindicato, comentou: “Nesse mote, estão incluídas as pautas da categoria pelo fim da violência laboral, em especial a violência de gênero. Queremos um Judiciário e um país democrático e acessível para mulheres e homens de forma igualitária e com equidade. Queremos, também, condições de trabalho decentes, fim do sofrimento mental, da sobrecarga, de todo tipo de assédio e que possamos viver em equilíbrio com o meio ambiente e seus recursos valiosos”.
É importante lembrar que as mulheres do judiciário inscritas para participar da caravana do Sisejufe na Marcha das Margaridas deverão obrigatoriamente participar dessa etapa de formação.
A Marcha das Margaridas
Margarida Maria Alves (1933-1983) é símbolo da luta das trabalhadoras do campo por direitos.
Assassinada a mando de latifundiários, a líder sindical inspirou a criação da chamada Marcha das Margaridas, que acontece em agosto, desde o ano 2000.
Margarida nasceu em 5 de agosto de 1933, em Alagoa Grande (PB). Era a filha mais nova de nove irmãos. A família vivia na zona rural até ser expulsa das terras por latifundiários. A questão agrária fazia parte da vida de Margarida e, em 1973, ela se tornou Presidenta do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande.
Entre as lutas travadas estavam a busca pela contratação com carteira assinada, o pagamento do 13º salário, o direito das trabalhadoras e dos trabalhadores de cultivar suas terras, a educação para seus filhos e filhas e o fim do trabalho infantil no corte de cana.
Foi, ainda, responsável por mover mais de 100 ações trabalhistas na Justiça do Trabalho local que estavam relacionadas, principalmente, com grandes proprietários de terras e usineiros.
Por conta da sua atuação, teve a morte encomendada por fazendeiros.
Margarida foi assassinada na porta de casa, em 12 de agosto de 1983, com um tiro no rosto, na presença do marido e da filha. Ela já vinha recebendo ameaças desde antes e, em discurso no Dia do Trabalhador daquele ano, em 1º de maio, ela declarou: “Da luta não fujo. É melhor morrer na luta do que morrer de fome.”
Em homenagem a Margarida, as mulheres trabalhadoras rurais criaram, em 2000, a Marcha das Margaridas, que se tornou a maior ação conjunta de mulheres trabalhadoras da América Latina.
O Sisejufe estará presente na Marcha, que este ano acontecerá nos dias 15 e 16 de agosto de 2023, em Brasília.
Já em abril, o Sisejufe realizou a atividade de lançamento da Marcha das Margaridas/Edição 2023. Na ocasião, participaram da live Marlene Miranda, da Secretaria da Mulher Trabalhadora da CUT RJ; Ana Priscila Alves, da Marcha Mundial das Mulheres; e a mediadora foi Anny Figueiredo, coordenadora do Departamento de Mulheres do Sisejufe e diretora do sindicato.
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