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Sindicato dos Servidores das Justiças Federais no estado do Rio de Janeiro - Telefone: (21) 2215-2443

A Vale

O plebiscito de anulação da venda da Vale, realizado pela CUT, continua até a tarde de quinta-feira, 6 de setembro, nos tribunais das Justiças Federais do Rio de Janeiro, em urnas montadas pelo Sisejufe. Outros 70 sindicatos do Rio também participam do plebiscito, que é promovido pela CUT em todo país. Qualquer cidadão, servidor federal ou não, pode procurar uma urna, identificar-se e participar. Um exemplo é o auxiliar de serviços gerais Daniel Alves, 23 anos, que fez questão de mostrar sua indignação contra a entrega do patrimônio público: “A venda da Vale foi irregular e se o povo (na época) tivesse opinado, ela nem teria sido vendida”. Alves participou da votação na urna da Justiça Federal, na avenida Rio Branco, no Centro do Rio.


No Tribunal Regional Eleitoral (TRE) transeuntes também disseram não para o controle do capital privado sobre a ex-estatal. Os votantes afirmam que o lucro que a empresa tem hoje poderia melhorar a vida de muita gente e que o dinheiro da venda não melhorou em nada as condições da população carente. “A sociedade passa por dificuldades, o capital gerado na venda da Vale foi muito pouco e ficou retido nas mãos dos governantes que não transformaram esses recursos em benefícios para a sociedade”, diz o ascensorista Hildo José da Silveira.

O processo da venda da companhia foi inaceitável e truculento, como lembra o membro da executiva nacional da CUT Antonio Carlos Spis. “Ganhamos uma liminar para interromper o leilão e o juiz desapareceu enquanto lançavam bombas de gás lacrimogêneo sobre nossas cabeças. As pessoas só hoje se dão conta do crime de lesa-pátria que foi praticado pelo governo FHC", diz Spis.

Outros trabalhadores, assim como Spis, acreditam que ainda é possível anular o leilão. Para Murilo da Silva, funcionário do Banco do Brasil, a venda deve ser imediatamente revista. “Sou completamente a favor da anulação”, diz ele. Para o bancário, que votou na urna instalada pelo Sisejufe na Justiça Federal da avenida Rio Branco, o processo significou a entrega das reservas minerais brasileiras ao capital privado de origem majoritariamente estrangeira e a preços aviltantes.

Em 1997, durante a gestão de Fernando Henrique Cardoso, a Companhia Vale do Rio Doce foi vendida com o pretexto de se reduzir o tamanho da dívida externa, mas, como se sabe, isso não aconteceu. A Vale, maior mineradora de ferro do mundo, com reservas comprovadas de 41 de bilhões de toneladas, foi vendida por 3, 3 bilhões de reais, hoje, a nossa Vale está avaliada em 100 bilhões de dólares. Uma diferença exorbitante que deveria ser reposta aos cofres públicos. (Bianca Rocha, Imprensa Sisejufe)

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