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Câmara aprova, em segundo turno, texto-base da PEC do Mal

Após mais de nove horas de discussões, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (25/10), em segundo turno, por 359 votos a 116 e 2 abstenções, o texto-base da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que limita os gastos públicos por 20 anos.

Para concluir a votação da PEC, os deputados ainda precisam analisar os destaques, que são as sugestões de alteração ao texto original. O texto, então, seguirá para análise no Senado.

Por se tratar de emenda à Constituição, eram necessários para a aprovação os votos de pelo menos três quintos dos deputados (308 dos 513).

Para o deputado Alessandro Molon (Rede), esta terça-feira ficará marcada como um dia histórico do mal. “É um dia a não se comemorar, dia de crueldade, de covardia. Setenta por cento da população deste país não têm dinheiro para pagar plano de saúde e essa casa vai tirar o direito do povo de atendimento médico, ao limitar recursos de saúde”, disse.

Benedita da Silva (PT) acusou os governistas de estarem vendendo o país. “Vocês estão traindo a confiança do povo, dos trabalhadores, dos idosos. O povo está dizendo não nos campus universitários, ocupando escolas dizendo não à PEC 241”, disse indignada.

Como foi a sessão

A sessão ocorreu em clima de tensão. Logo no início, o líder do governo, deputado André Moura, apresentou um requerimento de retirada de pauta, que foi rejeitado por 246 votos a 13. Na prática, a estratégia do governo foi rejeitar o próprio requerimento para restringir os requerimentos de adiamento de discussão que poderiam ser apresentados pela oposição. Outros requerimentos, como o que determinava voto de artigo por artigo, foram rejeitados.

Deputados da base defendiam, em seus discursos, que a PEC seria a única solução para fazer o país voltar a crescer. Contrários à proposta, parlamentares de partidos de oposição, como PT, PSOL, Rede, PCdoB e PDT, argumentaram que a mudança congelará os investimentos sociais em áreas como saúde e educação e chegaram a chamar os governistas de mentirosos.
Manifestação nas galerias
O presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia só permitiu o acesso das pessoas às galerias depois de duas horas de debates. Em vários momentos, manifestantes gritavam palavras de ordem. A sessão chegou a ser interrompida e o presidente da Câmara ordenou que a Polícia Legislativa esvaziasse a galeria. O deputado Arlindo Chinaglia interveio para que o grupo não fosse retirado. Rodrigo Maia reabriu a sessão e deixou as pessoas ficarem. Mais tarde, pouco antes da votação do texto principal da PEC, houve novo protesto. Maia determinou, então, de forma autoritária, a retirada de todos os presentes, que saíram das galerias repetindo frases como “Fora Temer” e “Vota sim por dinheiro, prostituta de banqueiro”.
Tramitação no Senado
O Senado fechou acordo para que a votação da PEC 241 na Comissão de Constituição Justiça e Cidadania (CCJ) se dê em 9 de novembro. O exame em primeiro turno no Plenário deverá ser em 29 de novembro e o segundo turno em 13 de dezembro.

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