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Sindicato dos Servidores das Justiças Federais no estado do Rio de Janeiro - Telefone: (21) 2215-2443

11º Congrejufe: Sisejufe elege três mulheres para coordenação da Fenajufe, em congresso histórico marcado pelo protagonismo feminino  

Após anos de luta, foram aprovadas algumas propostas de alteração estatutária, estabelecendo, entre outras mudanças importantes, a paridade de gênero na direção. Também foram aprovadas as teses de conjuntura e o plano de lutas, além de criados o Conselho Deliberativo de Entidades (CDE) e a Comissão Permanente de Ética no âmbito da Federação. Foi aprovada ainda a criação da Confederação Nacional do Sistema de Justiça.

Na madrugada de 1º de maio, Dia do Trabalhador e da Trabalhadora, foram empossados a Diretoria Executiva e o Conselho Fiscal da Fenajufe eleitos para o triênio 2022-2025.

Numa eleição proporcional, cuja quantidade de eleitos de cada coletivo é definida pela quantidade de votos recebidos, a Chapa 3 – Democracia e Luta, da qual o Sisejufe faz parte,  foi a mais votada da eleição, com 246 votos,  elegendo  11 das 17 titularidades  e 4 das 6 suplências para a próxima gestão. A chapa 1 (Luta Fenajufe) fez 66 votos e a 2 (Fenajufe Independente) teve 55 votos.

O Sisejufe estará representado por três mulheres que protagonizam muitas lutas em defesa da categoria: as diretoras Lucena Pacheco, que assumirá a coordenação-geral da federação; Fernanda Lauria, que vai ocupar uma vaga na coordenação executiva; e Soraia Marca, que estará à frente da coordenação de administração e finanças. As dirigentes sindicais terão a missão de continuar a defesa do serviço público frente ao projeto de desmonte do estado e a luta pelas pautas prioritárias dos servidores do PJU e MPU, assim como a defesa de questões centrais como paridade de gênero, representação racial e diversidade.

Lucena dividirá a coordenação-geral com a diretora do Sindiquinze Sandra Cristina Dias, a primeira mulher negra a assumir esse cargos na federação. A terceira vaga de coordenador-geral ficará com Fabiano dos Santos. Clique neste link saber a lista completa da Diretoria Executiva.

Conselho Fiscal

Também empossado na madrugada do domingo, 1º de Maio, o Conselho Fiscal  será composto por Elôngio Moreira dos Santos Junior, Kelson Guarines dos Anjos e Mônica Genu Soares.

A presidenta do Sisejufe, Eunice Barbosa, teve papel fundamental nas costuras políticas que levaram a esse resultado histórico do Sisejufe no Congresso da Federação.

“Foi uma vitória política gigantesca e resultado de um trabalho coletivo que vem sendo construído nas gestões anteriores. As mulheres assumiram o protagonismo em todo o processo e entendo que isso é resultado da nossa atuação política nos espaços que dirigimos, no trabalho, nas comunidades e nas entidades sindicais. A luta intransigente em defesa dos serviços públicos e contra os ataques do governo Bolsonaro aos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras do setor público tem nos orientado. A solidariedade e o compromisso com toda a classe trabalhadora tem norteado nossa atuação política. O resultado desse Congrejufe certamente fortalecerá as lutas do conjunto das trabalhadoras e dos trabalhadores no país”, avaliou Eunice.

Dia decisivo no Congrejufe

Durante mais de oito horas do 4º dia de Congrejufe, neste sábado (30/4), os delegados e delegadas debateram as teses e propostas de resolução apresentadas pelos sindicatos. Depois de muito diálogo e acordo entre os congressistas, foi aprovada a tese de conjuntura do campo Democracia e Luta, do qual o Sisejufe faz parte. Foram aprovadas, ainda, quatro propostas do tema organização sindical. O Plano de lutas também foi acatado por consenso. Um calendário conjunto de mobilização do PJU foi aprovado, sendo retirada a proposta de indicativo de greve por tempo indeterminado por entendimento da maioria dos presentes de que a greve deve primeiro ser construída junto à base para então ser definida a data. Veja neste link o calendário completo.

Modernização do estatuto

As propostas de alteração estatutária foram acolhidas com folga por 269 votos, que precisaram ser contados um a um, tendo em vista a necessidade de quórum qualificado previsto no estatuto da entidade. Entre as mudanças, foi aprovada a paridade de gênero na direção da Fenajufe. O tema há muito é discutido nas instâncias da Federação e principalmente pela diretoria do Sisejufe.

A aprovação da paridade na Diretoria Executiva representa um grande avanço. A luta da Fenajufe por igualdade de direitos foi reforçada com a última gestão, tendo a coordenadora Lucena Pacheco se destacado nesta missão. O debate de gênero foi intensificado e as pautas da diversidade ganharam visibilidade.

Conselho deliberativo

Outra vitória importante foi a criação do Conselho Deliberativo de Entidades filiadas como instância imediatamente inferior à Plenária Nacional, de caráter deliberativo. O Conselho se reunirá a cada seis meses e será composto por todos os membros da Diretoria da Federação e por representantes fixos (titular e suplente) de cada entidade filiada à Fenajufe, escolhidos dentre os membros das respectivas diretorias.

Comissão Permanente de Ética Sindical

Delegadas e delegados também aprovaram Comissão Permanente de Ética Sindical no Âmbito da Federação. A Comissão será composta por cinco membros titulares e cinco suplentes, todos(as) dirigentes da Fenajufe em exercício e/ou suplentes da diretoria, devendo ser observada a paridade de gênero, sendo seus membros escolhidos pela Diretoria da Fenajufe na primeira reunião realizada por essa após a posse de cada novo quadro diretivo, para exercerem o mandato simultâneo ao dos respectivos cargos de Diretores(as) da Fenajufe, sem prejuízo das atribuições do cargo principal para o qual foram eleitos(as).

Confederação Nacional do Sistema de Justiça

O plenário aprovou ainda a Confederação Nacional do Sistema de Justiça, uma construção conjunta com a Fenamp (Federação Nacional dos Servidores dos Ministérios Públicos Estaduais) e a Fenajud (Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário nos Estados), que já haviam aprovado a Confederação em suas instâncias deliberativas.

“Temos o papel de reforçar essa caminhada e nos juntarmos para formar esse espaço importante para disputar, principalmente no campo judicial, dentro do STF e CNJ, fortalecendo a luta da classe trabalhadora neste ramo de trabalho em que nós atuamos”, explicou o diretor jurídico do Sisejufe Lucas Costa.

Protagonismo

Na avaliação da nova coordenadora Fernanda Lauria esse Congrejufe vai ficar marcado para sempre como o primeiro a eleger duas mulheres para a coordenação-geral da Fenajufe, sendo uma delas negra. A diretora do Sisejufe destaca também a aprovação da paridade nos cargos da Federação como um feito histórico, além de tantos avanços que foram deferidos em benefício da categoria. Os desafios agora serão muitos:

“Essa gestão vai ser realmente muito desafiadora. Teremos um ano muito difícil pela frente, com uma eleição extremamente tensa. Temos um governo que está tentando acabar com o serviço público e desacreditar a Justiça Eleitoral e seus servidores para, ao que tudo indica  tomar medidas que atentam contra a nossa democracia, caso não consiga se reeleger. Então, a Fenajufe, como Federação Nacional dos Trabalhadores do Poder Judiciário e Ministério Público da União, terá um combate duríssimo em defesa dos direitos e da integridade dos servidores e da própria democracia brasileira”, alerta.

Fernanda aponta, ainda, o desafio de conseguir o reajuste salarial em um cenário trágico de crise econômica imposta por este governo neoliberal.

Para o diretor Lucas Costa, o campo Democracia e Luta e o Sisejufe saem fortalecidos do Congrejufe. Como um dos proponentes das alterações estatutárias, o dirigente sindical lembra que foram muitos anos batalhando por mudanças para modernizar a Fenajufe.

“Foi a votação mais difícil de todas, que só cabe dentro de um Congresso, que é a maior instância da federação. Foi preciso muita negociação para estabelecer os pontos principais para avançarmos na organização e lutar nesse próximo período. Outra aprovação importante, o Conselho Deliberativo de Entidades, vai ampliar a participação de todos os sindicatos do país e segurar os movimentos segmentários daqueles que querem criar federações próprias e sair da base da Fenajufe. Também conseguimos avançar no plano de lutas que estabelece nosso calendário e todas as atividades que devemos desenvolver nesse período”, afirmou.

Lucas destaca ainda a vitória nas teses de conjuntura nacional e internacional, que levam a uma avaliação profunda de todo o cenário que estamos enfrentando no país e no mundo nesse período de ataques às instituições democráticas, aos direitos humanos e a retirada de direitos dos trabalhadores.

Mais transparência

A nova coordenadora da Fenajufe Soraia Marca avalia que o Congresso foi extremamente produtivo.

“A categoria vinha há vários anos tentando fazer modificações no estatuto porque ele era cheio de falhas e omisso em relação a determinadas situações. O Sisejufe apresentou alterações estatutárias importantíssimas, que começam a trazer uma maior transparência para a Fenajufe e maior agilidade nas decisões. A paridade de gênero, por exemplo, é uma grande vitória para nós, mulheres do PJU do Brasil. Saímos do Congrejufe com a certeza de que a categoria do Rio foi amplamente representada e sai vitoriosa com as deliberações que ocorreram”, garante Soraia.

Lucena Pacheco, que na atual gestão já abriu espaço para a atuação mais forte das mulheres, tendo inclusive organizado um potente encontro nacional pouco antes da pandemia, em novembro de 2019, planeja continuar investindo incessantemente nas pautas feministas.

“Nosso trabalho sustenta o PJU e o MPU. Por isso, queremos organizar as lutas e construir um movimento sindical com a nossa cara. Estamos aqui e não sairemos. Construiremos uma federação livre de violência e opressão”, conclamou a dirigente sindical.

 

 

 

 

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