Colegas do Judiciário Federal do RJ,
Foi aprovado em 1º de junho 2016, o PL 2648 no plenário da Câmara dos Deputados. Ainda no calor dos acontecimentos, e ainda que vencida apenas uma etapa, venho me dirigir a cada um de vocês que acreditou!
O ano passado foi um divisor de águas para a nossa categoria. A duras penas forjamos na luta em alguns meses o crescimento que talvez estivesse adormecido, latente, apenas como um potencial, por um par de décadas. Naquele congresso, seja participando do “exército do terno”, seja no “exército do apito”, passamos fome e sede, fomos humilhados, desacreditados, ridicularizados pela imprensa do país inteiro, choramos, perdemos um companheiro de lutas; mas nos organizamos como nunca antes, saímos da invisibilidade para as primeiras páginas dos jornais, incomodamos profundamente, fizemos um barulho ensurdecedor que machucou os brios daquelas duas Casas.
Como militante aguerrida e incansável do movimento pela derrubada do veto 26, assim como toda a direção do Sisejufe – entidade que pioneiramente encampou a bandeira de ressuscitar o então desacreditado PL 6613 – claro que preferiria ter comemorado a aprovação do PLC 28. Não resta dúvidas de que era o projeto que melhor atendia à nossa justíssima demanda. Só que o meu luto por essa frustração teve um tempo e teve fim. Porque no dia seguinte era preciso sacudir a poeira, dar a volta por cima e brigar pelo possível, pelo viável que ia começar a recompor as perdas salariais dos nossos colegas já tão sacrificados por anos de desvalorização.
Agora, olhando para quase um semestre passado na luta da aprovação do que parecia possível e viável, com dotação orçamentária garantida, reflito sobre como tudo para nós é tão suado! Nunca acrescentamos um único real aos nossos contracheques “só” porque temos direito, mas arrancado com muita luta e pressão. Desta vez não foi diferente. Fomos atingidos em cheio pela crise política que assolou o país. Não obstante, buscando lançar mão do capital político angariado no ano passado, estivemos na batalha semana após semana em 2016. De novo. Ou melhor, sem solução de continuidade. Pelo menos, para aqueles que nunca deixaram de acreditar, que nunca jogaram a toalha.
Então, acho que essa é uma etapa importante e que temos muito a comemorar! Porque, por mais críticas que possamos ter a todo o processo, não se enganem, não teria vindo sem todo esse esforço por trás, de mão beijada! Foi graças à participação de cada um de nós! Cada um que deu a sua parcela de colaboração, de mil formas diversas, está de parabéns!
Agora, temos duas tarefas: a primeira é garantir a aprovação no Senado e acompanhar de perto até a sanção. Nossos soldados já estão de prontidão em Brasília para continuar a arrancar essa vitória hoje mesmo, dia 2 de junho.
A segunda requer ainda maior fôlego: é não deixar a chama apagar! É manter viva a consciência de que somos uma categoria forte, inserida num contexto maior de toda a classe trabalhadora, que despertamos e não vamos mais voltar a adormecer. Porque para a concretização das demais reivindicações, como data-base, plano de carreira, redução da jornada, melhores condições de trabalho enfim, vamos precisar da mesma organização, união e foco!
Fortaleçamos nossas entidades, trabalhemos pela conscientização do colega na mesa ao lado, na certeza de que se não fizermos por nós, ninguém mais vai fazer. Sigamos juntos, porque só assim iremos longe! Até breve!
Saudações de luta,
Mariana Liria
Diretora do Sisejufe