O caso de violência envolvendo o ex-deputado federal Roberto Jefferson causa indignação e nos leva a uma série reflexões, inclusive para o trabalho dos servidores públicos. O político reagiu com tiros de fuzil e granadas a um mandado de prisão expedido pelo Supremo Tribunal Federal, no domingo (23/10). A atitude chama a atenção para os riscos sofridos pelos oficiais de justiça no cumprimento de diligências e pelos agentes da polícia judicial no exercício da função.
A ação foi cumprida por policiais federais que estiveram na casa do ex-deputado no Rio de Janeiro. Roberto Jefferson resistiu à ordem de prisão e disparou contra os agentes da Polícia Federal, além de lançar três granadas. Dois policiais ficaram feridos com os estilhaços e o carro da PF teve várias marcas dos tiros.
Mariana Liria, que é coordenadora do Núcleo de Oficiais de Justiça Avaliadores Federais (Nojaf) do Sisejufe e vice-presidenta da Fenassojaf, lamenta que a menos de uma semana do segundo turno das eleições, algumas pessoas se sintam respaldadas pela falta de respeito ao STF, ao Poder Judiciário e aos servidores, e tentem tumultuar o processo eleitoral, com a tônica do enfrentamento do Executivo.
O Sisejufe repudia o fato e se solidariza com os policiais federais. Mariana comenta que, assim como os agentes da PF foram recebidos com tiros e granadas, o oficialato sofre diariamente com as mais diversas reações violentas dos intimados.
“A segurança sempre foi uma das principais bandeiras de luta tanto do Sisejufe como da Fenassojaf. O caso envolvendo o ex-deputado Roberto Jefferson durante o cumprimento de um mandado de prisão evidencia que o servidor que cumpre essa determinação, assim como qualquer outra que vai contra o desejo do intimado, está sujeito a ser brutalmente violentado com tiros e granadas. Infelizmente, essa é uma situação constante na profissão do oficial de justiça que está sujeito a todo tipo de risco na profissão”, avalia a coordenadora do Nojaf.
O coordenador do Núcleo de Agentes da Polícia Judicial (NAP), Carlos Henrique Ramos, acrescenta: “nós, servidores das polícias judiciais, também estamos muito expostos aos riscos da profissão. Assistimos estarrecidos ao episódio deste fim de semana e prestamos toda a nossa solidariedade aos colegas da Polícia Federal, na certeza de que esse tipo de reação inadmissível a uma ordem de prisão não pode ter espaço num estado democrático de direito”.
Mariana Liria pede que a categoria esteja atenta à responsabilidade que cada servidor e servidora terá ao votar no próximo domingo: “Temos que refletir qual será nossa atitude no dia 30 de outubro: pelo ataque ou pelo respeito aos oficiais de justiça, aos colegas agentes e ao serviço público como um todo? Nossa atuação segue intensa, em conjunto com a Federação e as associações estaduais, na garantia de maior proteção ao servidores e servidoras em todo o Brasil”, finaliza.
_Imprensa Sisejufe, com informações da Fenassojaf_