Após o término do processo eleitoral sindical realizado na semana passada, que elegeu a nova Diretoria do Sisejufe e os novos representantes de base, a categoria judiciária no Rio, sob chuva e frio, avança na mobilização rumo à greve a partir do dia 20 de agosto.
No TRE evento massivo
No Tribunal Regional Eleitoral (TRE), os trabalhadores, atendendo ao chamado do Sisejufe, paralisaram as atividades por duas horas, comparecendo massivamente ao ato realizado na porta do Tribunal, na Presidente Wilson. Foi uma das maiores manifestações promovidas na Sede da Justiça Eleitoral pela aprovação imediata do PL 6.613/09 e a garantia da sua inclusão orçamentária na Lei Orçamentária Anual (LOA) do próximo ano.
A categoria deu uma demonstração inequívoca de que, da mesma forma que é competente em conduzir um processo eleitoral com padrão internacional de qualidade, reconhecido em todo mundo, também é capaz de se indignar com a falta de respeito na administração da política salarial que assola os servidores do Judiciário Federal. São oito anos sem reajuste salarial, o último plano de carreiras foi implementado em 2006. Desde lá a categoria tem tido apenas medidas paliativas que não resolvem as perdas inflacionárias e trazem uma insatisfação generalizada em seu conjunto.
“Depois de enfrentar um processo eleitoral sindical na semana passada com a eleição da nova diretoria para conduzir os rumos da categoria no próximo triênio, não nos resta outra coisa a fazer senão trabalharmos intensamente com todos os seguimentos do Judiciário Federal para aprovação das nossas demandas”, destacou Moisés Leite, diretor do Sisejufe.
No TRF2, “buzinaço” e “apitaço
Um “buzinaço” e um “apitaço” também marcaram a retomada da mobilização dos servidores do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) para a luta pela aprovação do PL 6.613/2009. Quase 100 servidores participaram da paralisação de duas horas na porta do prédio na Rua do Acre, no Centro do Rio. O vice-presidente do Sisejufe, Ronaldo das Virgens, ressaltou a necessidade de a categoria cobrar uma postura do novo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski.
“Ele (o ministro) havia se comprometido em interceder favoravelmente aos servidores do Judiciário em negociação com o Poder Executivo. Temos que pressionar e cobrar essa postura dele”, afirmou Ronaldo.
Aos gritos de “PCS Já!” e “Desce, desce!” de servidores que participavam da paralisação na porta do prédio, os manifestantes mostraram disposição de luta apesar da chuva fina e do intenso frio intenso que se abateram no Rio de Janeiro nesse dia. Junto a isso, a diretora eleita do Sisejufe Soraia Garcia Marca destacou a importância da mobilização dos servidores. Ela afirmou que não adianta o funcionalismo ficar parada de braços cruzados esperando as coisas acontecerem. “É preciso ter consciência e ir para a luta”, convocou a dirigente.
No TRT1 manifestação se dá mesmo com muita chuva e frio
Já pela manhã, mesmo a chuva fina e o forte frio não impediram que a direção do Sisejufe promovesse manifestação na porta do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT1) na Rua do Lavradio, no Centro. O diretor do sindicato Roberto Ponciano afirmou que a entidade estava cumprindo seu papel de encaminhar a luta da categoria em todos os tribunais.
“Diferentemente da oposição, a direção do Sisejufe está aqui, mesmo debaixo de chuva e frio. Estamos trabalhando, como sempre fizemos, para mobilizar a categoria. Assim, é mentira da oposição que o sindicato não encaminha as lutas”, afirmou, enfaticamente, Ponciano.
O diretor eleito Ricardo Quiroga informou que será feita uma campanha no TRT1 para elevar a quantidade de servidores sindicalizados no Tribunal. “Vamos intensificar a mobilização e trabalhar para atrair novos sindicalizados”, afirmou o novo diretor do Sisejufe.
Na Justiça Federal paralisação se evidencia
Tanto na avenida Rio Branco quanto a Almirante Barroso, os servidores da Justiça Federal aderiram à paralisação, mesmo que em menor quantidade do que nas demais justiças, e participaram dos atos públicos realizados nessas unidades.
Com a presença de diretores do Sisejufe, a Seção Judiciária do Rio de Janeiro, debaixo de chuva e com muito frio fez a sua parte.
Interior participa ativamente
O movimento se estendeu para outras regiões do estado. Na Justiça Federal em São Gonçalo, a adesão à paralisação foi grande. Servidores com faixas suspenderam o atendimento durante duas horas para demonstrar a insatisfação com a atual política salarial do governo. A rua Coronel Serrado, onde o Foro fica localizado no município chegou a ser fechada pelos servidores durante o protesto. Em Niterói e Itaboraí também houve manifestação de funcionários que cruzaram os braços. Na Baixa Fluminense, o destaque foi a mobilização do pessoal em São João de Meriti.
Da Redação