Um balde arremessado perto dos manifestantes quase provoca acidente. Diretoria do Sisejufe leva caso à Polícia Federal
Um cordão de bolas pretas e uma faixa chamando para o apagão serviram de estímulo aos servidores para não entrar no prédio do Tribunal Regional Federal Acre nesta quarta-feira (5/08). Aos poucos, o ato foi ganhando o reforço dos grevistas das justiças Eleitoral e do Trabalho. No auge da atividade, havia mais de 300 pessoas na porta do tribunal.
“Se continuarmos sem fazer nada, não vamos ter nada. Precisamos nos unir pela derrubada do veto ao PLC 28. Vamos lutar companheirada”, pediu aos colegas a funcionária do TRF, Cristina Pereira.
A servidora Cátia Nascimento defendeu que a categoria intensifique as três frentes de resistência da mobilização. “A primeira é aqui embaixo. Precisamos que vocês desçam e ajudem a construir novas atividades para dar fôlego à paralisação. A segunda frente de resistência são as articulações com deputados federais e senadores em busca de apoio pela derrubada do veto. E a terceira frente também cabe a todos nós, que é fazer o trabalho de entrar nos sites dos parlamentares para agradecer o compromisso firmado com a categoria”, afirmou.
Arremesso de balde com água provoca tumulto
O apagão no TRF teve um momento de tensão. Por volta de meio dia, uma pessoa ainda não identificada arremessou um balde cheio de água próximo ao local onde estavam reunidos os servidores. O objeto não atingiu ninguém, mas se estilhaçou no chão, molhando algumas pessoas. O ato provocou revolta.
“Temos que derrubar o veto, mas primeiro precisamos derrubar a ignorância dos que são capazes de ter uma atitude dessas. Isso é um ato criminoso. Se o balde pegasse em alguém poderia machucar, cegar e ou até matar”, protestou o diretor do Sisejufe, Willians Faustino. O diretor Ronaldo das Virgens notificou a segurança do TRF para que fossem tomadas as devidas providências. Poucos minutos depois, o agente Luter da Silva bezerra chegou ao local e isolou a área do acidente. “Já é a terceira vez que jogam água contra os manifestantes em greve, só que agora foi usado um balde, o que poderia ter provocado uma tragédia. Vamos analisar as imagens das câmeras de segurança e comunicar o ocorrido à presidência do tribunal. Se a direção-geral achar pertinente, será aberta uma sindicância”, informou.
Os diretores do sindicato Willians, Adriana Tangerino e Lucena Martins foram à Polícia Federal, na Praça Mauá, encaminhar uma denúncia sobre o caso. O delegado enviou um perito para colher provas e dar prosseguimento às investigações.
Depois de passado o susto, os servidores aprovaram participação na atividade desta quinta-feira (6/8), às 9h, no auditório do TRT, contra o Ato 74, que restringe o direito de greve na Justiça Trabalhista. A palestra da advogada Araceli no TRF, que aconteceria também amanhã, será remarcada em data a ser definida.
