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Rio de Janeiro tem explosão de mortes por Covid-19 e medidas mais severas poderão ser adotadas

Desde setembro, capital está no topo do ranking de óbitos entre cidades do país. Em média, são 49 vidas perdidas por dia por conta do coronavírus

A cidade do Rio de Janeiro registrou, desde o início da pandemia, 15.312 mortes por Covid-19, ficando apenas um pouco atrás do município de São Paulo, que soma 15.970 óbitos no mesmo período e tem quase o dobro da população carioca. Na capital fluminense, a escalada de mortes tem se agravado: em média, são 49 óbitos por dia. E, desde 23 de setembro, a cidade está no topo do ranking de mortes em municípios do país analisadas por períodos de 14 dias, passando à frente de São Paulo, que fica em segundo lugar, e Brasília, em terceiro.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, afirmou, em entrevista coletiva nesta sexta-feira (8), que pode ter que tomar medidas mais severas para conter o avanço da Covid-19 no Rio em áreas que apresentarem risco muito alto.  As diferentes regras vão funcionar de acordo com a classificação no Boletim Epidemiológico da Covid-19 na cidade.

O fato de o Rio nunca ter superado essas cidades em números de casos aumenta a suspeita de falha na assistência aos doentes, na testagem e também de subnotificação. Esses dados são analisados pelo pesquisador Wesley Cota, da Universidade Federal de Viçosa.

— Nos últimos dias, o Rio ficou bem próximo de Brasília em número de casos, mas fica muito além em mortes. Isso nos leva a crer que a cidade passa por problemas para testar a população e de notificação. Os atrasos dificultam a leitura fiel dos dados de forma a embasar políticas públicas — observa Cota.

Nesta quinta-feira, no mesmo dia em que o Brasil superou a marca de 200 mil mortos pela doença, o Rio completou 106 dias consecutivos com o maior total de mortes entre os municípios do país. Foram 132 óbitos e 1.207 novos casos. Desde que o  início da pandemia de coronavírus no país, em março, o Estado do Rio já teve 452.758 pessoas infectadas e 26.292 vidas perdidas. A capital responde por mais da metade de todos os óbitos.

A pressão por leitos é grande. Nesta quinta-feira, 80 pessoas estavam na fila de UTIs, 90% delas ocupadas na rede SUS da capital. A nova gestão de Eduardo Paes prometeu criar mais 343 leitos, e, até agora, foram abertas 150 vagas. 

A rede do SUS na capital tem 2.048 leitos sem uso, o que representa 21% de todas as vagas existentes da cidade. A maior parte desses leitos foi fechada por falta de pessoal e por problemas estruturais. 

Especialistas temem que a situação possa piorar devido às festas de fim de ano, que podem ter intensificado o contágio. Eles chamam atenção para a falta de um controle mais rigoroso por parte das autoridades públicas.

— Se por um lado aumentou a esperança por causa da vacina, por outro, ainda não há controle das aglomerações e da superlotação dos transportes públicos. Também faltam medidas de prevenção. Além de ampliar a oferta de leitos, é preciso ter ações em saúde pública, criar um mecanismo de comunicação muito forte — diz Mario Roberto Dal Poz, professor do Instituto de Medicina Social da Uerj. — As pessoas recebem mensagens díspares de autoridades, e o comportamento delas reflete isso.

De acordo com a prefeitura do Rio, entre as ações apresentadas no novo plano de enfrentamento à Covid-19, estão abertura de novos leitos de internação, vacinação da população, ampliação da testagem e ativação do Centro de Operações de Emergências em Saúde (COE Covid-19 RIO), assim como o lançamento de um aplicativo para autonotificação de casos.

Vacinação

O secretário municipal de saúde, Daniel Soranz, informou que terá uma reunião, ainda nesta sexta (8/01), com o Instituto Butantan para tratar da vacinação contra a covid-19. Antes da posse, Paes assinou, como prefeito eleito, um memorando que previa a compra de 3,2 milhões de doses da vacina CoronaVac, desenvolvida pelo Butantan e pelo laboratório chinês Sinovac.

Soranz afirmou que a prefeitura está preparada para iniciar a vacinação junto com o estado de São Paulo, em 25 de janeiro.

Protesto

Ato homenageia as mais de 200 mil vítimas da Covid-19 no país e exige do governo federal uma ação de vacinação da população Foto: SERGIO LIMA / AFP

Para lembrar a trágica marca dos 200 mil mortos pela Covid-19 no Brasil, ativistas e militantes dos partidos e movimentos de esquerda realizaram na manhã desta sexta-feira (8) um ato silencioso na Praça dos Três Poderes, na Esplanada dos Ministérios, na capital federal.

O protesto serviu também para reivindicar a abertura de um processo de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro pelo genocídio provocado no país e a falta de ação do seu governo em proteger a população brasileira, principalmente os mais vulneráveis.

Fonte: O Globo, Agência Brasil e AFP

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