Alto contraste Modo escuro A+ Aumentar fonte Aa Fonte original A- Diminuir fonte Linha guia Redefinir
Sindicato dos Servidores das Justiças Federais no estado do Rio de Janeiro - Telefone: (21) 2215-2443

Representantes da Justiça do Trabalho criticam proposta de Reforma Trabalhista

Representantes da Justiça do Trabalho criticam proposta de Reforma Trabalhista, SISEJUFE

Representantes de magistrados da Justiça do Trabalho criticaram pontos previstos na reforma trabalhista (PL 6787/16), durante audiência pública conjunta das comissões de Legislação Participativa; e de Trabalho, Administração e Serviço Público que ocorre nesta terça-feira (18/04).

O substitutivo do relator, deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), permite, entre outras medidas, que a negociação entre empresas e trabalhadores prevaleça sobre a lei em pontos como parcelamento das férias em até três vezes, jornada de trabalho de até 12 horas diárias, plano de cargos e salários, banco de horas e trabalho remoto.

Também regulamenta o trabalho intermitente, no qual os trabalhadores são pagos por período trabalhado, e retira a exigência de a homologação da rescisão contratual ser feita em sindicatos.

 

Proteção do trabalhador

O desembargador Gustavo Tadeu Alkmin, do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, disse que o projeto inverte a lógica de proteção ao trabalhador na justiça trabalhista.

“Não há um texto nessa proposta que vise proteger o trabalhador, que é contraditória em sua essência. Permite que o trabalhador negocie individualmente condições que afetam sua saúde, como banco de horas e intervalo de jornada. Permite trabalho intermitente, criando trabalhadores de primeira e segunda classe. Afirma que vai fortalecer os sindicatos, mas afasta o sindicato das rescisões contratuais, mantém a unicidade sindical e acaba com a contribuição sindical”, destacou Alkmin.

Luiz Antonio Colussi, da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho, foi na mesma linha. “Essa ampla negociação é para permitir a precarização do trabalho. O projeto é uma inversão absoluta aos princípios do direito do trabalho”, disse.

Colussi criticou, entre outras medidas, a regulamentação nas modalidades de trabalho por home office (trabalho em casa). De acordo com a proposta, o teletrabalho, como é mais conhecido, será acordado previamente com o patrão – inclusive o uso de equipamentos e gastos com energia e internet.

“Mas o teletrabalho não pode estar fora do controle da jornada. O projeto não prevê nem que empregador se responsabilize pelos equipamentos usados”, ressaltou.

 

Negociação

O relator do projeto, deputado Rogério Marinho, apresentou seu parecer no último dia 12. Ele justifica a necessidade de modernizar a legislação. “O Brasil de 1943 não é o Brasil de 2017. Há 74 anos éramos um país rural, com mais de 60% da população no campo”, disse.

Para Rogério Marinho, a negociação entre empregados e empregadores em torno de alguns pontos fortalece os sindicatos sem comprometer os direitos dos trabalhadores. “Não é admissível, por exemplo, que uma cláusula ajustada entre as partes, como a redução do horário do almoço de sessenta para trinta minutos, seja invalidada pela Justiça do Trabalho depois de dois anos de vigência, implicando a condenação da empresa ao pagamento de indenização. Ou que não se permita a negociação de um tempo mais razoável para a movimentação dos empregados no início e no final da jornada”, disse o relator.

Marinho argumenta ainda que a proposta vai gerar empregos ao dar segurança jurídica ao empregador. “Em nosso país, além do excesso de normas trabalhistas, elas são muito rígidas. E essa rigidez, por sua vez, provoca um alto grau de insegurança jurídica na contratação do trabalhador, fazendo com que, primeiro, o empregador tenha receio de contratar a mão de obra e, depois, que investimentos importantíssimos para o crescimento do país sejam direcionados a outros países”.

 

Fonte: Agência Câmara

Últimas Notícias