Marina Schneider*
No último dia 7, cerca de dois mil servidores públicos federais marcharam da Catedral até o Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão, em Brasília. A mobilização fez parte da campanha salarial 2014, mas, na avaliação do diretor do Sisejufe, Roberto Ponciano, ficou aquém das expectativas e deve fazer os servidores refletirem sobre a estratégia de ação.
Segundo Ponciano, que participou da manifestação, a ausência de uma pauta específica prejudicou a mobilização. “Apenas com o mote dos 36% de reajuste e sem efetivamente entrar na luta específica dos servidores, houve um esvaziamento muito grande da luta unificada e uma fragilização das categorias. Isso levou a marcha a ser a menor dos últimos dez anos, mesmo eu um ano eleitoral em que a negociação seria mais forte”, aponta. Para o Sisejufe, ainda que os servidores do judiciário federal no Rio de Janeiro apoiem a luta geral dos servidores federais, o foco da atuação da categoria deve ser na luta pelo envio do PL 6613.
O diretor do Sisejufe criticou, ainda, a decisão do comando do movimento, que sinalizou a possibilidade de uma greve geral. “Quando existe uma fragmentação e um esvaziamento da greve em toda a categoria dos servidores públicos federais, a direção aponta para uma grave geral sem repercussão na base. Isso mostra o distanciamento entre as deliberações e a realidade”, avalia Ponciano.