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Falece um sujeito da ação com reflexão

Morre, aos 90 anos, mais um brasileiro. E baiano. Filho de imigrantes judeu-ucranianos, socialistas, Jacob Gorender nasceu na periferia da Salvador de 20 de janeiro de 1923 e, lamentavelmente, perece na São Paulo de 11 de junho de 2013. Foi um dos mais importantes historiadores marxistas brasileiros. Quando jovem, lutou na Segunda Guerra Mundial, na Itália, como integrante da Força Expedicionária Brasileira (FEB).

Militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB) ao qual se filiou em 1922, e que se retirou nos anos 1960, participou da fundação do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR) sendo preso quando aqui se aplacou o obscurantismo do regime militar e de sua ditadura, em 1964.

Mesmo que em seu currículo não haja títulos acadêmicos, eles são substituídos por uma longa militância prática e teórica. Aliando, assim, prática política com sólida base teórica, Gorender é dono de uma grande produção. Entre seus trabalhos, que contam mais de 60 artigos e/ou ensaios, se destacam os livros A burguesia brasileira, de 1981, e Combates nas trevas, de 1987. Sua principal obra foi a tese “O Escravismo Colonial”, de 1978, de cunho revolucionário, na medida em que supera o debate sobre o caráter do passado do Brasil – feudalismo e capitalismo. Naquela obra, apresenta teoria para a compreensão da história colonial e imperial brasileira baseado na apresentação de modo de produção historicamente novo, a saber, o escravismo colonial.

jacobpb

Entendo por esquerda o conceito referencial de movimentos
e ideias endereçados ao projeto
de transformação social em benefício das classes
oprimidas e exploradas. Os diferentes graus,
caminhos e formas dessa transformação social pluralizam a esquerda.
(Jacob Gorender)

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