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Encontro Nacional de Mulheres debate assédio e feminicídio

As atividades da tarde foram abertas com uma vivência conduzida por Damelis Castillo, cantora e compositora venezuelana

“Violência: do assédio ao feminicídio” foi o tema do painel da tarde do Encontro Nacional de Mulheres do PJU e MPU, realizado nesse sábado (30/11), em Brasília. Segundo Danieli Balbi, professora de comunicação e realidade brasileira na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é de extrema importância a luta pela emancipação das mulheres em todos os espaços de convivência, principalmente, nos de decisão.  Balbi explicou que o patriarcado é a estrutura de uma sociedade capitalista desigual e injusta, e a exploração e a divisão das trabalhadoras e trabalhadores tem fundamento misógino. “O fascismo reaparece na crise econômica, é a fase detratória da crise do capitalismo e ele opera pela misoginia”.

Para  Danieli Balbi, o machismo está aprofundado na estrutura da sociedade e as mulheres precisam lidar com a violência todos os dias.  “O mais aterrador é que a dinâmica da relação que nós estabelecemos é baseada em um elemento tácito que é o machismo, que é a eleição da figura masculina, que são sempre homens cis, héteros, brancos de extração de classe dominante há muitos anos e isso reflete nos espaços de poder. As práticas de relação entre nós, mulheres, e estes indivíduos na estrutura social, no trabalho, são práticas de silenciamento, e temos dificuldades de nos emponderar e nos fazer ouvir”.

Professora afirma que a violência no Brasil tem gênero, raça e classe

Samantha Guedes, professora da rede municipal de Educação do Rio de Janeiro, no complexo da Penha foi a segunda painelista, que contou sua experiência pessoal de agressão. “Eu tive um pai e uma mãe que me deram apoio e aquelas mulheres que têm filhos e não tem emprego? Quando uma mulher faz uma denúncia contra o seu agressor, não tem medida protetiva. Nós, mulheres, estamos à mercê de tudo, da violência moral, sexual, patrimonial e física”. A professora afirma que a violência no Brasil tem gênero, raça e classe. “A violência atinge, em cheio, as mulheres negras e pobres”. Ela citou dados do Disque 180, que divulgou 46,5 mil denúncias de violência contra a mulher no primeiro semestre de 2019.

Logo após, foi aberto espaço para a plateia. Muitas das inscritas contaram casos particulares de violência doméstica, de assédio moral e sexual, casos de feminicídio na família, entre outras experiências.

Vivência

Vivência trouxe música e dança do Orinoco

As atividades da tarde foram abertas com uma vivência conduzida por Damelis Castillo, cantora e compositora venezuelana, que trouxe a música e a dança do Rio Orinoco para o encontro das mulheres do Judiciário. No Brasil, ela trabalha com mulheres imigrantes.

O encontro continuou com grupos de trabalho. Confira a matéria.

Fonte: Com informações da Fenajufe

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