Na próxima quarta-feira (27/5), às 17h, teremos um novo encontro no Youtube do Sisejufe. Vamos discutir os desafios e as perspectivas para a “nova normalidade” quando da saída do isolamento social, em relação a gestão de pessoas, processos de trabalho, impactos na demanda processual em razão de situações geradas pela crise do Coronavírus, tais como auxílio emergencial e demanda represada. Estarão conosco neste debate o presidente do Sisejufe, Valter Nogueira e o juiz Federal e diretor do Foro da SJRJ, Osair Victor de Oliveira Junior. O programa terá a participação especial das servidoras Clarisse Bento de Faria Pacheco, da Semob/SGS e Renata Mousinho da Silveira, diretora da Vara Federal de Três Rios. A mediação será feita pela jornalista Tais Faccioli.
Para o juiz Osair Victor será necessário um esforço conjunto para que haja uma readequação à nova realidade após a pandemia. “O Judiciário Federal será instado a cumprir sua missão com maior agilidade e sensibilidade, em razão da contenção de atos presenciais, cuja prática está sendo adiada pela necessidade de distanciamento e isolamento social”, afirma Osair Victor.
Na avaliação do presidente do Sisejufe, a situação atual e o que virá pós-pandemia nos levará a repensar toda a atuação sindical para além das demandas tradicionais, como reivindicação salarial e condições de trabalho. “Teremos de nos acostumar com cada vez menos servidores nos locais de trabalho, tanto pela dificuldade orçamentária em contratar, como pelos impactos do novo cenário que o serviço público vai viver no próximo período. A forma como se deu o trabalho remoto nessa pandemia influenciará o modo de trabalho no futuro”, aponta Valter Nogueira.
A servidora Clarisse acredita que o primeiro desafio mais premente e comum a todos os trabalhadores que estão em home office no geral será a própria readaptação ao trabalho presencial. “Passa desde a questão da ressignificação espacial (transporte, espaços públicos), até a liberação do medo do contato e contágio. Passaremos muito tempo isolados, e certamente isso mudará nossas formas de estar no mundo de maneira radical e de um jeito que não dimensionamos”, explica.
Clarisse diz que os servidores estão lidando bem com o trabalho remoto e produzindo como nunca. Ela teme, no entanto, que essa expectativa seja mantida como parâmetro de produção para o retorno ao trabalho presencial e vai aproveitar o debate para saber como o sindicato pode atuar para evitar que isso aconteça.
Renata Mousinho da Silveira diz que o maior desafio da justiça vai ser colocar a casa em ordem. “Apesar das medidas que estão sendo tomadas, grande parte dos processos depende da prática de atos presenciais que estão vedados neste momento. Além disso, como os servidores e juízes foram colocados em trabalho sem muita preparação, acredito que a justiça também terá que lidar com as doenças físicas e emocionais que porventura se manifestem em seus servidores. Meu receio maior é que passemos a ser cobrados por produtividade como se tivéssemos trabalhado normalmente durante 2020”, pontua a diretora da Vara Federal de Três Rios.
O debate poderá ser acompanhado pelo Youtube neste link. Mas atenção: o endereço eletrônico só funciona na hora da transmissão.