Os servidores do Judiciário Federal aprovaram, por unanimidade, na noite dessa terça-feira (3/12), o calendário de mobilização e encaminhamentos à reunião “ampliadinha” da Fenajufe, que acontece no próximo sábado, em Brasília.
A Assembleia Geral Extraordinária do Sisejufe foi realizada em frente à sede do TRE-RJ. Foram aprovadas as seguintes propostas: adesão ao plano de lutas definido na Plenária Nacional dos Servidores Públicos, ocorrida no dia 26 de novembro em Brasília, que tem 14 pontos que orientam as atividades a serem desenvolvidas com foco no combate ao desmonte dos direitos, com destaque para atividade em 12 de fevereiro no Auditório Nereu Ramos da Câmara dos Deputados, reforço do Dia Internacional da Mulher como data de resistência e definição de 18 de março como Dia Nacional de Paralisação, Mobilização, Protesto e Greves.
Também será levada à Fenajufe a proposta de repúdio ao Projeto de Lei 6.159/2019 do governo Bolsonaro que visa o descumprimento da Lei de Cotas e a destruição das oportunidades de trabalho para pessoas com deficiência. Por fim, os servidores deliberaram pela realização de nova assembleia na próxima quarta-feira (11/12) para fazer um balanço da reunião ampliadinha.
Defesas
O presidente do Sisejufe, Valter Nogueira Alves, ressaltou a importância de mobilizar toda a sociedade para enfrentar as ameaças de destruição dos direitos. E acrescentou que é vital neste momento trazer a categoria para a luta. “O Bolsonaro não mentiu quando disse que ia trazer a carteira verde e amarela e quando falou que achava que o trabalhador tem muitos direitos. Precisamos entender que boa parte da categoria votou nesse projeto e acha que o Estado tem que ser mínimo. Temos que trazer esses servidores para o lado de cá porque é um percentual significativo da nossa categoria”, afirmou, ressaltando que é preciso unificar a luta para enfrentar os ataques do governo.
Lucas Costa, vice-presidente do Sisejufe, destacou que já passaram as reformas Trabalhista e da Previdência e que agora é preciso ter foco para não deixar passar as outras pautas que estão interligadas e também representam ataques aos trabalhadores.
O diretor Ricardo Azevedo denunciou o PL 6.159/2019, que muda a política de cotas, anunciado no Dia Internacional de Luta das Pessoas com Deficiência. “Esse é o presente que a gente ganha nessa data: o grande capital matando a todos e todas”, lamentou. O servidor Sergio Feitosa alertou que é preciso reagir aos ataques aos direitos e ao sucateamento dos órgãos públicos: “Só falta fechar o caixão”.
A representante de base e coordenadora do Núcleo de Mulheres, Anny Figueiredo, falou em nome de todas as mulheres. “Não sou sozinha nesta luta. A construção é coletiva. Somos as mais prejudicadas pelos governos fascista de Bolsonaro e genocida de Witzel. Temos que tomar as dores das mães, negras e todas que estão vulneráveis. Temos que fortalecer a luta”, afirmou a dirigente.
O representante de base João Victor Albuquerque disse que o momento político é pior a era FHC e que a ditadura. E afirmou que é necessário esclarecer as maldades inerentes aos pacotes de ataques diretos aos trabalhadores.
Para o diretor Amauri Pinheiro, é essencial conscientizar a partir das grandes massas, como através das redes sociais. “Se você consegue fazer as pessoas entrarem nas redes por uma causa, vamos levá-las para as ruas também. Temos que entrar nas redes sociais para levar a verdade para a população”, opinou.
O diretor Ricardo Quiroga falou que tudo que poderia acontecer de pior está acontecendo neste governo. “Estamos retrocedendo à República Velha”, disse, reforçando também a urgência de unificar a luta com outras categorias de trabalhadores e trabalhadoras.