Por Agenor Burla*
Você ouviu na CPI o depoimento do Deputado Fausto Junior? Ali, a sociedade tomou ciência de que a mãe dele é Conselheira (presidente) do Tribunal de Contas e a família tem ativa participação na administração pública. Isso é mais do que comum no país.
Bolsonaro elegeu três filhos. Sergio Cabral, Piccianni, Garotinho, Eduardo Cunha também fizeram o mesmo com suas proles. Recentemente, duas famílias disputavam a Prefeitura de Campos dos Goytacazes: a de Garotinho (Wladimir) e a de Arnaldo Viana (Caio).
No Judiciario, Ministerio Público, Universidades e até igrejas, há gerações de pais, filhos e netos que se sucedem como se houvesse um talento herdado. Vê-se nisso uma tradição familiar!
Tomar o aparelho do estado com suas famílias tornou-se comum. Isto ocorre muito frequentemente em muitos segmentos. Observe!
O que acontece é que como o país não é amigável para quem não tem representatividade, cada indivíduo protege seu latifúndio, cota, espaço, ocupando-o com seus familiares e adquirindo poder, tornando as decisões favoráveis às suas pretensões. Ele sabe que o que orienta a vida pública em nosso país não é o direito do cidadão, a norma codificada e a boa moral, mas, as circunstâncias, a representatividade e o interesse dos grupos envolvidos. E assim …
O grave é que numa configuração como esta, o mérito é desprezado, dificultando a construção de um país próspero e eficiente.
Mas, eles querem acentuar ainda mais esta cultura nefasta com a Reforma Administrativa. Alguém ainda vai nomear um cavalo pro Senado como o fez Calígula com Incitatus. Já testemunhamos frequentemente a presença de diversos “jumentos” na vida pública.
A loucura dos homens não tem limites!
*Agenor Burla é servidor da SJRJ- Seção de Contadoria de Niterói e Itaboraí