O Grupo de Trabalho para Enfrentamento da COVID-19 da UFRJ emitiu, nesta segunda-feira (30/11), nova Nota Técnica alertando para o aumento acelerado de casos da doença sem ter ocorrido o término da primeira onda. Os dados sugerem que há uma nova onda se sobrepondo à primeira, fato que torna o problema ainda mais grave e complexo, principalmente em virtude de aglomerações desnecessárias e declarações públicas de autoridades governamentais afirmando que não retrocederão nas medidas de flexibilização.
A nota conclama os entes municipal, estadual e federal para uma ação unificada e a adoção de diversas medidas, que incluem novo fechamento das praias e suspensão de eventos esportivos, sociais e culturais.
“Estamos diante de um quadro muito preocupante no município do Rio”, afirma trecho da nota emitida pela equipe da UFRJ. “O aumento dos casos já está provocando grande estresse no sistema de assistência à saúde… A média móvel de sete dias do percentual de ocupação de leitos do Sistema Único de Saúde (UTI adulto) dedicados à covid-19 (UTI/Srag – Síndrome Respiratória Aguda Grave) na Região Metropolitana I está em 93,5%. Já a média móvel de sete dias do percentual de ocupação de leitos de suporte à vida da Rede SUS no município está em 102,1%. Ou seja, não há vagas para internação.”
A nota diz ainda que o risco de ocorrerem óbitos sem que o paciente seja internado é elevadíssimo.
Na avaliação dos especialistas, o novo aumento de casos de transmissão do vírus acontece após uma série de falhas nas medidas de prevenção. “Muitos, especialmente os mais jovens, têm se aglomerado em festas, bares, praias e outros eventos sociais. O processo eleitoral, fundamental à democracia, também gerou aglomerações”, diz o texto.
O transporte público inadequado também está contribuindo para a transmissão do vírus. “E as declarações públicas de autoridades governamentais afirmando que não retrocederão nas medidas de flexibilização ampliam a gravidade da situação. Destaca-se que tais medidas não foram acompanhadas de ações visando oferecer transporte público adequado a fim de evitar a sobrecarga, o que torna esse meio de mobilidade um provável foco de disseminação do vírus. Leia a íntegra do documento neste link.
Com informações da Assessoria de Imprensa da Reitoria da UFRJ e UOL