O som do batuque ecoando na Praça Floriano, na Cinelândia, na noite de sexta-feira (14/02), despertou a curiosidade das pessoas que passavam pelo local. Quem parou para conferir pensou se tratar de um bloco de pré-carnaval. Mas o ritmo do samba foi estrategicamente escolhido para chamar a atenção da população para a luta em defesa do serviço público e dos servidores. O ato “A Justiça é cega mas eu não” foi organizado pelo Sisejufe, por meio do grupo de percussão Batuque na Justiça, em parceira com a bateria feminina Fina Batucada e o bloco Minerva Assanhada, da UFRJ.
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A diretora do sindicato Eunice Barbosa, integrante do Batuque na Justiça, avaliou como positiva a atividade. “Nós usamos a linguagem da cultura e da arte, que é o samba, que está no coração da população, para denunciar o desmonte do Estado, a precarização do serviço público e chamar para a defesa da soberania nacional”, afirmou Eunice.
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Comandadas pelo mestre Riko, os ritmistas – a maioria mulheres – fizeram uma apresentação empolgante em frente ao Centro Cultural Justiça Federal e depois percorreram a praça, convidando o povo a acompanhar o cortejo.
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“Através da diversão, do carnaval e da militância, temos a intenção de mostrar a importância do serviço público de qualidade para todos”, disse a representante de base do Sisejufe Anny Figueiredo.
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A diretora Lucena Pacheco, que é também coordenadora da Fenajufe, destacou a importância do diálogo: “temos que mostrar que o que este governo diz dos servidores não é verdade. Temos que explicar que não somos parasitas, que temos uma jornada dura, temos comprometimento com o nosso trabalho e que exercemos a nossa função com qualidade e eficiência”.
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O ato também teve espaço para discursos. Representando o bloco Minerva Assanhada, a diretora do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da UFRJ (Sintufrj) Joana de Angeli elogiou a estratégia de usar o carnaval para mandar o recado: “Estamos num diálogo com a sociedade, a convite do Sisejufe, num momento em que o serviço público vem sofrendo ataques nesse governo que elegeu a educação, a saúde e a cultura como seus grandes inimigos. Então é importante que estejamos nas ruas defendendo os direitos das trabalhadoras e trabalhadores”, reforçou a dirigente sindical.
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O vice-presidente do Sisejufe, Lucas Costa, convidou os presentes a se unirem na luta. “Não vamos aceitar mais essa pauta de retrocesso, que ameaça acabar com o serviço público que atende as pessoas no pronto socorro, no hospital público, nas escolas municipais e estaduais, na universidade pública e nos institutos federais. Vamos fazer barulho para denunciar todos os ataques que estamos sofrendo. Estamos aqui trazendo cultura, trazendo protesto e fazendo barulho na festa mais popular e democrática do planeta”, reforçou.
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Os percussionistas fizeram uma parada para fotos em frente ao Theatro Municipal e finalizaram o desfile com uma emocionante performance nas escadarias da Câmara de Vereadores. A diretora Eunice Barbosa aproveitou para conclamar as pessoas para a luta.
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“Temos manifestação no próximo dia 9 de março, pelo Dia Internacional de Luta das Mulheres, e estamos construindo a grande greve nacional em defesa do serviço público no dia 18 de março. É importante que todas e todos se engajem nas duas mobilizações”, disse.
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