Tais Faccioli*
Uma comissão formada por dirigentes do Sisejufe, Sindjus-DF e Sindiquinze foi recebida no Palácio do Planalto, em Brasília, nesta terça-feira (3/03) pelo assessor especial da Secretaria Geral da Presidência da República, José Lopez Feijó. A pauta tratou do reajuste salarial dos servidores do Judiciário Federal. O encontro foi intermediado pelo diretor-presidente do Sisejufe, Valter Nogueira Alves e teve, ainda, a participação de Edson Mouta, também dirigente do Sisejufe. Além deles, também estiveram presentes Cledo Vieira e Jailton Assis, do Sindjus-DF e José Aristéia, do Sindiquinze.
“Nós criamos uma agenda política. Fizemos um retrospecto das nossas negociações salariais e mostramos que de 2008 a 2013 não tivemos nada de aumento. Explicamos ainda que o fato de não ter havido recomposição levou a perdas salariais da ordem de 40%. O importante é que entre algo na LOA este ano, mesmo que seja 1% da folha do Judiciário e o restante do reajuste seja parcelado”, apontou Valter Nogueira, informando, ainda, que o assessor José Luiz Feijóo se comprometeu em conversar com o ministro Miguel Rosseto, da Secretaria Geral da Presidência – apontado como o ministro que está mais próximo da presidenta Dilma Rousseff – para tentar abrir um canal de negociação.
Protesto dos indignados
Antes da reunião, centenas de servidores com roupas e guarda-chuvas pretos tomaram as ruas da capital federal na Marcha da Indignação. O movimento teve por objetivo cobrar a inclusão dos recursos necessários aos PL 7919 e 7920 no Orçamento de 2015 (PLOA).
A caminhada, liderada pelo Sisejufe, Sindjus-DF e Sindiquinze, partiu da Catedral de Brasília e parou em frente ao Congresso Nacional, onde os manifestantes criticaram o descaso dos parlamentares com a situação da categoria. “Esta é a Marcha da Indignação porque só os dignos podem se indignar. Estamos há mais de oito anos sem reajuste salarial. O projeto (PL 7920) que está no Congresso visa corrigir essa injustiça. Para o aumento de salário do Executivo, Legislativo e Judiciário basta uma canetada. Já o aumento para os servidores é sempre uma via crucis”, ressaltou o diretor Edson Mouta.
Do Congresso, o grupo partiu em direção ao Supremo Tribunal Federal (STF). A área estava isolada por grades, que foram retiradas pelos servidores. Houve um princípio de tumulto quando a polícia tentou impedir a ação dos manifestantes. Ocupando a frente do STF, eles fizeram um “apitaço” e gritaram palavras de ordem contra o ministro Ricardo Lewandowski. Depois, deram um abraço simbólico no prédio do Supremo.
A Marcha da Indignação terminou em frente ao Palácio do Planalto, onde os servidores foram recebidos com gás de pimenta. As diretoras do Sisejufe Fernanda Lauria e Sonia Regina Rezende foram tratadas com truculência por policiais. Na reunião com os dirigentes sindicais, o assessor José Lopez Feijó pediu desculpas pelo incidente. Mas explicou que a guarda presidencial só atua dentro do Palácio do Planalto. Na rua, onde o protesto ocorreu, a responsabilidade é da polícia militar estadual.
Além de Valter, Edson, Fernanda e Sônia, a delegação do sindicato do RJ contou ainda com os diretores Denison Vieira, Neli da Costa Rosa, Alexandre Graciano dos Santos e o sindicalizado Emanuel Jorge Rodrigues.
Votação do orçamento é adiada no Congresso
Por falta de quórum, a oposição derrubou a sessão do Congresso Nacional em que seria votado o Projeto da Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2015 na noite da terça-feira (3/03).
Agora, os parlamentares só poderão analisar a LOA depois de votar o veto presidencial ao reajuste de 6,5% na tabela do Imposto de Renda, que passará a trancar a pauta a partir desta quarta-feira (4/03).
No Rio servidores também protestam
Foi o caso dos trabalhadores da Justiça Federal de São Gonçalo, que se vestiram de preto durante a manifestação programada para Brasília e assim permaneceram, acompanhando o desenrolar da Marcha da Indignação.
* Da Redação