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Uma aula de história a céu aberto: servidores sindicalizados e diretoria do Sisejufe fazem caminhada cultural pela Pequena África

Entre as atividades organizadas pelo sindicato para marcar o Julho das Pretas, a ida à Pequena África foi uma das mais aguardadas e elogiadas

Uma aula de história a céu aberto. Essa é a melhor definição do que foi a caminhada cultural pela Pequena África, no sábado de manhã, dia 26/07.  O evento, organizado pelo Departamento de Combate ao Racismo e pelo Departamento Cultural, foi uma das atividades propostas pelo Sisejufe para marcar o chamado Julho das Pretas, que é celebrado em todo o Brasil com atividades que têm como objetivo dar visibilidade às mulheres negras, suas histórias e lutas.

Por volta das 10h, o grupo, formado por mais de 20 pessoas, se reuniu no Largo da Prainha (no bairro da Saúde), bem ao lado da escultura de Mercedes Baptista (1921-2014), a primeira bailarina negra do Theatro Municipal e inventora do balé afro-brasileiro. Lá mesmo, ouviu de Rafael Moraes, guia cultural que nos acompanhou, as primeiras explicações sobre a região e sobre a história do povo preto que chegou escravizado ao Brasil.

Ao longo de quase três horas de passeio, Rafael encantou o grupo com sua fala apaixonada e cheia de conteúdo pelo circuito da Pequena África, que fica na região do centro da cidade e mesmo assim é tão pouco conhecida pelas pessoas.

Além do Largo da Prainha, Pedra do Sal, Morro da Conceição, Jardim Suspenso do Valongo, Praça dos Estivadores, Cais do Valongo e Cemitério dos Pretos Novos foram alguns dos pontos visitados e explicados sob uma narrativa histórica e cultural que detalha nossa herança africana e mais do que isso: revela também todo o apagamento histórico que foi feito em relação à nossa história negra.

Os integrantes do nosso grupo amaram o passeio, amaram a aula.

Ana Paula de Castro Cardoso, servidora da 55ª ZE (Maricá), veio especialmente para nossa caminhada cultural. Ela se disse simplesmente impactada com tudo que viu e ouviu: “Nossa, eu amei o passeio. Uma aula de histórica incrível. A palavra que resume bem é: impactante. Estou realmente impactada com tudo o que vimos e ouvimos sobre a história do povo negro em nosso país. Ainda estou internalizando, processando todas as informações. Muita história, muita luta, mas também muita resistência e força. Realmente, foi uma caminhada cultural riquíssima. Obrigada, Sisejufe. Que possamos fazer mais atividades como essa porque foi simplesmente incrível. Há muito tempo tenho vontade de fazer esse passeio e nunca acontecia. Dessa vez, me organizei toda e vim de Maricá só pra isso. Sabia que ia gostar, mas superou todas as minhas expectativas”.

Patricia Fernanda, coordenadora do Departamento de Combate ao Racismo do Sisejufe, terminou a atividade muito feliz com o resultado positivo que a Caminhada Cultural causou nas pessoas: “Foi muito especial para mim essa Caminhada. E estou falando tanto como diretora sindical – que tive a honra de ter a presença da presidente do Sisejufe, além de outros queridos diretores, funcionários e filiados apoiando nossa atividade -, quanto como Coletivo Negro da Justiça, pois estivemos mais uma vez unidos, nos capacitando para a luta antirracista. Como mulher negra, carrego esse “banto”, que o guia hoje falou, esse sofrer ancestral, mas também carrego uma esperança de ser força e resistência. E fazer isso irmanada com todo mundo que veio hoje foi muito especial. Difundir nossa luta, nossa história e nossa força é algo que me alegra e me diz que estou fazendo a coisa certa.

Helena Cruz, coordenadora do Departamento Cultural, também ficou bastante satisfeita com a adesão das pessoas ao evento e com os elogios que ouviu ao final do passeio: “Organizamos tudo com muito carinho, respeito e cuidado que o tema merece e que o nosso sindicalizado espera. Quando fazemos assim, claro, esperamos um bom retorno, mas foi ainda mais positivo tudo o que ouvimos das pessoas. Todo mundo gostou bastante da atividade e saiu enriquecido com o que viu e ouviu.”

Catarine Antônio Santos, do TRF2, se disse tocada e doída com o que aprendeu no passeio: “É uma experiência incrível que todo mundo deveria ter. Acho que ninguém sai igual de um tour como esse. A gente se emociona e sente na pele a história do nosso povo preto. Gostei de tudo e fiquei ainda mais tocada com a fala final, no Cemitério dos Pretos Novos. Quanta dor e quanta luta. Realmente, tudo muito forte e impactante. Parabéns, Sisejufe. Ah, e já estou à espera de outras atividades culturais e históricas como essa que fizemos”, disse Catarine.

Magali Dantas, da JFRS, comemorou o fato de ter podido estar no Rio de Janeiro na data da Caminhada Cultural: “Conheci Patrícia e Renata (Nascimento), diretoras aqui do Sisejufe, em 2022, no primeiro Encontro Nacional de Pessoas Negras da Fenajufe. Na ocasião, elas me falaram que tinham feito já esse percurso da Pequena África, e eu fiquei muito interessada em fazer com elas. Calhou de eu estar aqui no Rio na semana em que se comemora o dia da Mulher Negra Latina-Americana e Caribenha e aí achei ótimo porque pude estar com vocês aqui na Caminhada Cultural pela Pequena África, como tanto queria. Foi uma oportunidade de poder aprofundar o nosso conhecimento e ampliar nosso letramento racial. Foi tudo incrível. Parabéns, pessoal”, disse Magali, que é servidora da Justiça Federal do Rio Grande do Sul.

A Pequena África

Para muita gente, falar em Pequena África é algo novo, desconhecido. Por isso, é importante se situar geograficamente e também entender melhor o que representa a chamada Pequena África.

O nome, dado pelo compositor Heitor dos Prazeres (1898-1966), no começo do século XX, já apareceu em músicas, enredos de escolas de samba e em livros, mas para muitos cariocas e muitos brasileiros de um modo geral, é um termo desconhecido, apesar de se referir a uma parte tão rica em memória e história, na cidade do Rio de Janeiro.

A Pequena África engloba a região portuária e os bairros da Saúde, Gamboa e Santo Cristo, que ficam pertinho do Centro. Representa o centro de criação da cultura negra carioca e também da organização de novas formas de mobilização social e política.

Caminhar, conhecer melhor toda essa área da Pequena África é enxergar e se encantar com a presença africana e com todo o patrimônio cultural negro que marcaram para sempre a história não só do Rio de Janeiro como a nossa história de país.

Ao final do passeio, já no Instituto dos Pretos Novos, onde o guia Rafael faz sua última fala – e com certeza uma das mais impactantes -, Patrícia e Helena fizeram o sorteio virtual que estava previsto de dois livros e uma hospedagem na Sede Campestre.

Catarine Antônio Santos, do TRF2, ganhou o livro “Olhos d’água”, de Conceição Evaristo, e Bárbara Marca de Almeida ganhou o livro “Pequeno Manual Antirracista, de Djamila Ribeiro. Moama Mahin de Souza, também do TRF2, ganhou o voucher para a Sede Campestre.

 

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