O Sisejufe manifesta seu repúdio à perseguição que está ocorrendo neste país a militantes, jornalistas e sindicalistas por exercerem seu direito à livre manifestação do pensamento.
Recentemente, tivemos o caso do blogueiro Eduardo Guimarães, que além de ser acusado por ter escrito um artigo contra o juiz Sérgio Moro, sofreu condução coercitiva para revelar suas fontes de um alegado vazamento de informações envolvendo a Operação Lava Jato. Uma ilegalidade e um abuso claros do Judiciário, Ministério Público e Polícia Federal.
Agora, o ex-dirigente da Fenajufe e do Sisejufe e servidor do Judiciário Federal, Roberto Ponciano, foi convocado a depor na Polícia Federal por um texto no qual também criticou o juiz Sérgio Moro, uma ação que relembra os piores momentos do período dos anos de chumbo. É evidente o completo descabimento do despacho do delegado responsável e a desproporção que adquiriu uma mera manifestação individual. Acusações de “ameaça” e “incitação ao crime” são tão infundadas que não resistem a uma análise simples do texto publicado.
Infelizmente, tem sido comum no Judiciário a atitude de magistrados que, se achando acima de críticas e da lei, usam seus cargos para assediar e perseguir servidores. O Sisejufe tem sido firme e coerente no combate a essa prática e não será agora que irá se omitir ao ver uma tentativa de se calar um servidor pela via policial.
Em um momento em que enfrentamos os ataques aos direitos dos trabalhadores praticados sistematicamente pelo governo Temer, Congresso e sob o olhar incerto do STF, não podemos permitir que a liberdade de expressão seja atacada de modo a calar as críticas e opiniões, inclusive porque figuras públicas estarão sempre expostas a isso.
Prestamos nossa solidariedade ao companheiro Roberto Ponciano e nos posicionamos firmemente contra o estabelecimento de um Estado de Exceção nas ruas e os abusos de autoridades judiciais e policiais.