Quanto mais Temer ataca direitos dos trabalhadores, mais as ruas dizem: Não passará!
Os trabalhadores ainda estavam protestando nas ruas, quando a notícia de que o presidente Michel Temer havia sancionado a lei da terceirização, sem qualquer salvaguarda para os trabalhadores, se confirmou. Com a aprovação, Temer também confirma que ignora os protestos contra essa medida e seguirá ignorando as manifestações contrárias às reformas da Previdência e Trabalhista, como as da última sexta-feira (31/3), em que diversos sindicatos, entidades e movimentos sociais lotaram as ruas em vários estados.
No Rio de Janeiro, a sexta-feira amanheceu nublada, mas o tempo foi melhorando, à medida que se aproximava a hora marcada para a concentração do ato, que já reunia centenas de pessoas às 16h, na Candelária. Aos poucos, diversas categorias e sindicatos, entre eles, o Sisejufe, traziam suas suas faixas, cartazes e muita indignação presa na garganta. Quando a noite chegou, já encontrou milhares de manifestantes percorrendo a Avenida Rio Branco rumo à Cinelândia e a indignação transformada em palavras de ordem que exigiam a manutenção dos direitos trabalhistas tão duramente conquistados ao longo da história.
Trabalhadores e trabalhadoras não querem trabalhar até morrer. Essa insatisfação com o governo Temer já ganhou as ruas de norte a sul do país e também já pode ser traduzida em índices de rejeição. Recente pesquisa do Ibope, feita a pedido da Confederação Nacional das Indústrias, revelou que 73% desaprovam o modo de Temer governar e que 55% consideram sua gestão ruim ou péssima.
Sisejufe na luta – para diretora do Sisejufe Lucena Martins, as mulheres são fundamentais na política brasileira, o que foi verificado com a significativa participação feminina na passeata. “Mulheres, algumas com jornada tripla ou até quádrupla, como é o caso da maioria das mulheres do Judiciário Federal e, mais especificamente, das militantes do Sisejufe que são mães, donas de casa, trabalhadoras e dirigentes sindicais, que vivenciam as questões sociais brasileiras por atuarem em tantas frentes, e por estarem presentes em espaços públicos, promovem mudanças, quebram barreiras e rompem preconceitos”, disse Lucena.
Já na avaliação do diretor Ricardo Quiroga Vinhas, o ato do dia 31, embora não na proporção do ato realizado no último dia 15, foi bastante forte, causando, inclusive, impactos na Avenida Rio Branco, já que alcançou trabalhadores e trabalhadoras que estavam encerrando a sua jornada.”A receptividade foi muito boa, acumulamos forças para o dia 28 de abril. Mais uma vez, o Sisejufe se destacou com faixas, adesivos e muitos servidores presentes e entusiasmados, o que repercutiu positivamente entre os demais manifestantes”, disse Quiroga. Ele afirmou ainda, que a Greve Geral será fundamental para barrar, não só o desmonte da Previdência, como os demais ataques aos direitos dos trabalhadores. De acordo com diretor do Sisejufe, é preciso que os servidores e servidoras do Judiciário estejam cada vez mais mobilizados, reforçando as demais categorias para essa data crucial.
Durante a manifestação, Maria Eduarda Alves da Conceição, adolescente de 13 anos, morta no dia 30 de março, dentro de sua escola, durante confronto entre policiais e traficantes, na Zona Norte do Rio, foi lembrada e homenageada.