O Sisejufe promoveu, durante a última quinta-feira (11/9), o Encontro Estadual de Negros e Negras, preparatório para o Encontro do Coletivo Nacional da Fenajufe de servidores Pretos e Pretas do PJU e MPU, que acontecerá em Brasília no mês de novembro. Durante a reunião, organizada pelo Departamento de Combate ao Racismo do Sindicato, foi definida a delegação que representará o Sisejufe no Nacional, além de debates sobre relevantes temas étnico-raciais, e sobre o fortalecimento da presença negra dentre os sindicalizados.
Com o tema “O Futuro é Agora: Reparação e Bem-Viver”, a reunião foi mediada pela coordenadora do Departamento de Combate ao Racismo e militante antirracista, Patrícia Fernanda. A dirigente é também servidora da Justiça Federal, além fundadora e gestora do Coletivo Negro da Justiça.
Confira os convidados do Encontro Estadual de Negros e Negras e pautas debatidas
O Encontro contou com a presença de cinco especialistas negros como convidados, que pautaram a importância do encontro como um espaço de quilombo virtual, voltado para escuta, troca e fortalecimento coletivo: o pensador decolonial e professor Thiago Santos; a assessora técnica no Grupo Gestor de Saúde Integral da População Negra do Rio no MRJ, Luisa Melo; a rapper, compositora, advogada e palestrante Edd Wheeler; a ativista negra e coordenadora-geral de Política de Envelhecimento Ativo e Saudável e Desenho Universal da Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa (MDHC), Lidia Santos; e secretário-executivo do Movimento Nacional de População de Rua, Flavio Lino. Em breve, as participações dos convidados e convidadas serão disponibilizadas em nosso canal no Youtube.
Mediadora e convidados do Encontro Estadual de Negros e Negras
Durante a conversa, foram levantadas discussões sobre a importância de espaços de diálogo contínuo para servidores e servidoras e como esses debates fortalecem práticas institucionais contra o racismo, tais como atendimento adequado ao público negro nos tribunais e protocolos para enfrentamento de situações de racismo contra funcionários(as), bem como debatido na “Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial no Sistema de Justiça, com o tema: JUSRACIAL: o Papel do Sistema de Justiça na Reparação” , que aconteceu entre 18 a 20 de julho de 2025.
Escolha da delegação e próximas agendas
O Encontro Estadual foi um preparatório para o Encontro do Coletivo Nacional da Fenajufe de servidores Pretos e Pretas do PJU e MPU, que acontecerá entre os dias 22 e 23 de novembro, em Brasília, emendando agenda com outros dois importantes eventos, o letramento racial da Secretaria de Mulheres, dia 24, e a 2ª Marcha Nacional de Mulheres Negras, que ocorrerá em 25, com a meta de reunir um milhão de mulheres brasileiras e estrangeiras.
“No dia 25 de novembro de 2025, estaremos em marcha novamente, carregando o legado do que veio antes de nós e projetando um futuro onde a Reparação e o Bem Viver sejam realidade para todas, todos e todes”, ressalta a organização da Marcha. Saiba mais informações no site.
Participantes do Encontro Estadual de Negros e Negras (Reprodução/Zoom/acervo Sisejufe)
No Encontro Estadual de Negros e Negras, decidiu-se a delegação que representará o Sisejufe no Encontro Nacional e demais agendas citadas. As escolhas de delegações prezam respeitar critérios como paridade de gênero e representatividade dos tribunais, no entanto, neste caso, apenas mulheres servidoras da Justiça Federal se inscreveram, formando, assim, a delegação: Neli Rosa, Secretária de Aposentados e Pensionistas (TRF2/aposentada); Thamyres Macedo (JF); Claudia Constantino (SJRJ); Patrícia Fernanda, Coordenadora do Departamento de Combate ao Racismo (SJRJ) e Sueli dos Santos Pereira (TRF/Aposentada).
A coordenadora do Departamento de Combate ao Racismo do Sisejufe, Patrícia Fernanda, avalia a reunião como positiva: “O Encontro aconteceu de forma exclusivamente online e o resultado da interação entre os participantes foi bem positivo. Inspirados pela temática da Marcha das Mulheres (Reparação e Bem-Viver) e ainda com a esperança de O Futuro é Agora, obtivemos de cada palestrante o desenrolar de um fio sobre a urgência das atividades de cada área de atuação no movimento negro: na arte, saúde, nos estudos sobre envelhecimento e longevidade e na proteção dos direitos da população em situação de rua”, pontua.