Centrais sindicais fazem atos em 23 estados e no DF
Movimentos sindicais e sociais, liderados pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), fizeram protestos em 23 estados e no Distrito Federal nesta quarta-feira, 15 de março, contra o projeto de lei da terceirização, que tramita na Câmara dos Deputados.
O PL 4330 regulamenta os contratos de terceirização. O texto autoriza o uso de serviços terceirizados em qualquer atividade das empresas. Hoje, apenas as atividades-meio, como limpeza e segurança, podem ser terceirizadas.
Sisejufe participa de ato no RJ
No Rio de Janeiro, milhares de trabalhadores ligados à CUT, CTB (Central de Trabalhadores e Trabalhadoras Brasileiros), Conlutas e outras centrais sindicais fizeram um ato na Cinelândia, que recebeu a adesão de outros manifestantes que estavam reunidos na Candelária.
Mesmo tendo as empresas públicas ficado de fora do projeto de terceirização, o Sisejufe participou do protesto em solidariedade à classe trabalhadora da iniciativa privada. Estavam presentes o presidente do sindicato, Valter Nogueira Alves; os diretores Denison Vieira Ramos, Neli Rosa, Celia Lima, Luis Amauri Pinheiro de Souza e Adriana Tangerino; o representante de base Alberto Carlos Osório Dias e a assessora política Vera Miranda.
Também participaram do ato bancários, professores, metalúrgicos, engenheiros, petroleiros, trabalhadores em telecomunicações, moedeiros, enfermeiros e estudantes. Os sindicalistas, líderes de movimentos sociais e políticos que subiram no caminhão de som alertaram que só a mobilização poderá impedir o avanço do PL 4330 no Congresso. O grupo saiu da Cinelândia em direção à sede da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).
À noite, o Sisejufe promoveu um debate sobre a terceirização no serviço público, no auditório da sede, no Centro. O encontro teve a participação de Marcello Azevedo, secretário de Relações de Trabalho da CUT/RJ. Para o sindicalista, o PL 4330 é o maior ataque às leis trabalhistas da história. “Se esse projeto virar Lei, vamos vivenciar o maior retrocesso dos últimos 40 anos e as consequências serão brutais. A partir do momento em que se começa a ter uma redução mais violenta dos salários, a arrecadação cairá e as receitas dos estados e municípios também diminuirão. Se diminuir a massa de salário, haverá queda no consumo, nos investimentos e no PIB. E depois vem o aumento do desemprego”, avalia.
Marcelo alertou que a população precisa se unir para enfrentar esse e outros 22 projetos que tramitam no Congresso contra os trabalhadores. “Se esse projeto da terceirização for aprovado, vai atingir toda a classe trabalhadora, direta ou indiretamente. E o Ministério do Trabalho não vai poder fiscalizar. Temos que nos mobilizar. As empresas públicas só foram excluídas da terceirização porque o povo reclamou nas ruas e nas redes sociais. Só com luta poderemos barrar esse processo”, avaliou o dirigente cutista.