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Sisejufe e Fenajufe mantêm articulações políticas para garantir votação do PL 2648

Em meio ao impasse que tomou conta da Câmara dos Deputados com a indefinição a respeito da situação do presidente em exercício da Casa, Waldir Maranhão (PP-MA), as direções do Sisejufe e da Fenajufe continuam firmes nas articulações políticas para votação do PL 2648. Nessa terça-feira (17/07), a primeira sessão deliberativa do plenário durante o governo interino de Michel Temer (PMDB) terminou sem votações devido às discussões dos parlamentares sobre a permanência de Maranhão no cargo. No entanto, o diretor-presidente do Sisejufe, Valter Nogueira Alves, os coordenadores da federação Mara Weber e José Aristeia e Alexandre Marques, assessor parlamentar das duas entidades, mantiveram os contatos com líder de partidos, em Brasília, para garantir que o PL seja votado assim que a Câmara retome a pauta. O projeto está sob regime de urgência. Nesta quarta, o trabalho político continua.

Segundo o dirigente do Sisejufe, no encontro com o líder do PSD, deputado Rogério Rosso (DF), o próprio parlamentar garantiu que há acordo com o governo interino para a votação e aprovação do PL. Valter informou que, conforme Rosso, o que falta é oportunidade para que sejam retomados os trabalhos na Câmara. “Reafirmamos a necessidade de o projeto ser aprovado ainda este mês (maio) a fim de garantir recursos para que o pagamento seja feito na folha de maio. Do contrário, o Supremo Tribunal Federal (STF) terá que fazer correção para o mês de junho”, afirmou Valter.

Pela agenda, está marcada reunião de líderes para a manhã desta quarta-feira para que os deputados possam definir as pautas de votação de hoje e de quinta-feira. A reunião de líderes, assim como a sessão plenária de ontem, não ocorreram.

O diretor presidente do sindicato avaliou que a maioria dos líderes de bancadas na Câmara está favorável à aprovação do PL 2648. No entanto, o clima político na Casa não tem permitido que as votações aconteçam. O dirigente disse que há expectativa de que uma sessão extraordinária aconteça nesta quarta-feira com a possibilidade de o PL ser analisado.

Entenda a situação da Câmara

A terça terminou sem votações na primeira sessão deliberativa do Plenário da Câmara dos Deputados durante o governo interino de Michel Temer. Em vez de analisar propostas, líderes de partidos se revezaram no microfone para comentar a situação atual do comando da Câmara, que tem como presidente em exercício o deputado Waldir Maranhão (PP-MA). Ele assumiu o comando da Casa depois do afastamento, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Deputados do PSDB, do DEM e do PPS pediram uma nova eleição para a Presidência da Câmara e condenaram a decisão de Maranhão de cancelar a sessão de votação do impeachment. O ato foi revogado no mesmo dia em que foi publicado.

Para o líder da Minoria, deputado Miguel Haddad (PSDB-SP), a decisão de Maranhão gerou crise de confiança entre os deputados. “A partir do momento em que revogou o impeachment, o presidente [Maranhão] se torna impedido, perdendo a confiança da Casa. Não há mais como conduzir os trabalhos após a medida adotada sobre o processo do impeachment”, afirmou.

Ao ser questionado sobre os ataques que está sofrendo, Waldir Maranhão afirmou que isso “faz parte da democracia”. “Não há renúncia, nós temos que trabalhar para o Brasil. A pauta está sobrestada, temos que encaminhar debates e resolver as questões fundamentais para o País.”

PT, PCdoB e PDT defenderam Maranhão. O líder do PCdoB, deputado Daniel Almeida (BA), classificou como golpe a tentativa de afastamento do presidente interino da Câmara. “O presidente interino está respaldado pela legislação vigente e pelo Regimento da Casa. Se há um presidente afastado, cabe ao vice assumir essa função e dirigir a Casa. Não é a vontade de A ou B, é o Regimento da Casa que impõe esta realidade”, declarou.

Debate tenso

O clima da sessão esquentou quando o líder do DEM, deputado Pauderney Avelino (AM), acusou Maranhão de ser controlado por Eduardo Cunha. “Temos um presidente afastado que, por via de terceiros, continua governando e mandando na Câmara dos Deputados”, disse Avelino.

O líder do DEM chamou de “ilegítima” a interinidade de Maranhão. “Tenho uma questão de ordem a fazer, mas como posso me dirigir ao senhor, se o senhor é instrumento do presidente afastado Eduardo Cunha?”, indagou Avelino, dirigindo-se a Maranhão.

A afirmação foi recebida com gritos do PT e do PCdoB. O líder petista, deputado Afonso Florence (BA), acusou o DEM de dar sustentação a Cunha e, agora, renegá-lo.

Foi o que disse também o líder do Psol, deputado Ivan Valente (SP), que cobrou a cassação de Eduardo Cunha como única forma de permitir uma nova eleição para a Presidência da Câmara. Para Valente, Maranhão não pode ser considerado ilegítimo depois de ser eleito vice-presidente.

“O Psol não apoiou Waldir Maranhão: 438 deputados desta Casa, mais do que os que votaram em Eduardo Cunha, o elegeram. Quem pariu Mateus, que o embale”, disse Valente. Ele afirmou que o Psol não vai aceitar manobras ilegais para retirar o atual presidente em exercício.

O deputado Weverton Rocha (PDT-MA) também condenou as críticas ao presidente em exercício. “O Psol deixou claro: quem o elegeu não foi o Psol, não foi o PDT, não foi o PT. Quem o elegeu foram os outros partidos, e agora alguns deles estão questionando a sua legitimidade. Por que não questionaram desde o início, junto com toda a chapa?”, criticou.

PSDB e PPS fizeram questão de se desvincular da imagem de Eduardo Cunha. O deputado Daniel Coelho (PSDB-PE) afirmou que o partido não apoiou a eleição de Cunha, mas sim o candidato do PSB, deputado Júlio Delgado (MG). O líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), ressaltou que o partido acionou a Procuradoria-Geral da República pedindo o afastamento de Cunha, documento que não teve a assinatura do PT.

 

Fonte: Imprensa Sisejufe com informações da Agência Câmara

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