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Sisejufe celebra a luta, o protagonismo e a resistência das Mulheres Negras, Latino-americanas e Caribenhas

Hoje é o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. Nesta mesma data se instituiu no Brasil o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra.

A data está inserida no calendário Julho das Pretas, que organiza uma série de atividades em todo país com objetivo de fortalecer a luta das mulheres negras e dar visibilidade às suas demandas por direitos fundamentais.

No Rio de Janeiro, acontecerá a 11ª Marcha das Mulheres Negras, neste domingo, 27 de julho, com concentração às 10h, na Praça do Lido, em Copacabana, Zona Sul do Rio. A participação do Sisejufe se dará por meio do Departamento de Combate ao Racismo e da Secretaria de Mulheres. Nossas dirigentes estarão no evento e convidam toda a categoria a participar também! (leia aqui)

Saiba mais

O Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha foi criado em 1992, durante um encontro na República Dominicana, para enfatizar a luta das mulheres negras contra o racismo e a desigualdade. No Brasil, também homenageia Tereza de Benguela, líder quilombola que comandou o Quilombo do Quariterê, em Mato Grosso, após a morte de seu companheiro, José Piolho, morto por soldados.

Segundo documentos da época, o lugar abrigava mais de 100 pessoas, com aproximadamente 79 negros e 30 índios. O quilombo resistiu da década de 1730 ao final do século. Tereza foi morta após ser capturada por soldados em 1770 – alguns dizem que a causa foi suicídio; outros, execução ou doença.

Alguns quilombolas conseguiram fugir a esse ataque e reconstruíram o local – mesmo assim, em 1777 foi novamente atacado pelo exército, sendo extinto em 1795.

4 aprendizados fundamentais para lideranças a partir do legado de Tereza de Benguela (Fonte: Geledés*)

  1. Acolha a diversidade

O quilombo Quariterê foi liderado pela rainha Tereza de Benguela e seu companheiro José Piolho, no qual conviviam e trabalhavam juntos povos de origem africana e indígena.

Embora Tereza de Benguela viesse de Angola, costa atlântica do sul de África, liderava pessoas de diversas origens de civilizações africanas e ainda pessoas originárias pertencentes a povos majoritariamente filhos daquela terra.

Ou seja, tratava-se de um quilombo multiétnico com diferentes costumes, no qual a diversidade era integrada e acolhidas para o objetivo principal da comunidade: resistir e lutar pelo bem-viver.

  1. Aprenda com quem veio antes e enfrente os novos desafios

Após o falecimento de José, a matriarca Tereza de Benguela foi quem assumiu a liderança política, econômica e administrativa do quilombo, sendo sua mais alta gestão dos anos 1750 a 1770

A prova de que a rainha estava encorajada a enfrentar os novos desafios é que em sua gestão, houve superação de resultados evidentes, como o aumento na produção, a qual, além de alimentar cerca de 200 pessoas na comunidade, ainda servia para estabelecer relações comerciais.

  1. Inove colaborativamente

Tereza de Benguela foi se tornando uma hábil líder e negociante em favor da defesa de sua comunidade. Um diferencial na gestão da rainha bastante estudado é que manteve sua governança a modo de parlamento.  Era destinada uma casa específica para as discussões com o Conselho, onde as decisões eram tomadas coletivamente.

Criar ambientes colaborativos para tornar possível a participação das pessoas é propício para que grandes ideias surjam sem medo, melhorando processos e resultados.

  1. Prepare seus sucessores e deixe sementes

A rainha Tereza governou o quilombo Quariterê por cerca de 20 anos. Em 1970, há registros de que 79 pessoas do quilombo foram sequestradas, inclusive sua matriarca, que chega a se envenenar para não ser assassinada pelos escravistas.

Mas Tereza havia deixado sucessores, que conseguiram reconstruir e manter o quilombo até 1795, quando foram vítimas de outro ataque mais duro. Apesar de sua morte, a nossa rainha Tereza de Benguela deixou sementes e ainda hoje influencia gerações através de seu legado sobre liderança, estratégia e diversidade.

*Informações em post assinado por Luane Macedo, quilombola da 5a geração do quilombo Conceição (Bequimão-MA), quilombista, psicóloga

 

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