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Sindicato dos Servidores das Justiças Federais no estado do Rio de Janeiro - Telefone: (21) 2215-2443

Servidores do Judiciário Federal participam como voluntários da segunda edição do Mutirão PopRuaJud, que ofereceu orientação e serviços à população em situação de rua

Organizado pelo TRF2, o evento contou também com a participação do TRT1 e TRE-RJ; Sisejufe foi um dos parceiros que apoiaram o Mutirão

A segunda edição do PopRuaJud – mutirão interinstitucional organizado pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região em prol das pessoas que se encontram em situação de rua -, começou na manhã desta terça-feira, 12/09. O evento acontece até quinta-feira, dia 14, na Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro, e tem apoio do Sisejufe. Entre os serviços gratuitos que serão oferecidos estão: título de eleitor; emissão e localização de certidões de nascimento, casamento e óbito; registros de nascimento tardios; formalização de pedidos de benefícios previdenciários e sociais; emissão e regularização de CPF entre outros.

Eunice Barbosa, presidenta do Sisejufe, esteve desde cedo no mutirão e comentou: “Para o Sisejuf, é muito importante atuar em parceria nessas ações de interesse da população em situação de rua porque para nós é um segmento da classe trabalhadora que está sempre muito desprovida de tudo, tem permanentemente seus direitos fundamentais lesados, como moradia, saúde, educação, segurança. Como trabalhadores e trabalhadoras do Judiciário Federal, entendemos como importante atuar nessa solidariedade porque nossas pautas só avançam se avançarem as pautas de todos os trabalhadores e trabalhadoras do nosso país”.

Andréa Capellão, servidora do TRT1, foi um das voluntárias que fizeram questão de trabalhar no mutirão: “Tenho a honra de participar pela segunda vez desse mutirão. É muito lindo. É um evento que de fato tem a possibilidade de devolver a cidadania a essas pessoas muitas vezes esquecidas ou invisibilizadas pela nossa sociedade. E elas saem daqui felizes, agradecidas pelo atendimento que tiveram e pelo serviço prestado que conseguiram ter aqui. Na barraca do TRT, por exemplo, a gente está fazendo a atermação, que é fazer a petição inicial e distribuir pra pessoa, se ela quiser, ajuizar uma ação trabalhista. Enfim, para nós voluntários é uma enorme alegria participar.”

Cidadania e esperança

O jovem Pedro Lucas Machado, de 19 anos, aproveitou o mutirão para tirar o título de eleitor, que ainda não tinha: “É importante, né? Muitas entrevistas de emprego pedem isso. E, também, queria poder ter a oportunidade de votar numa próxima eleição. Acho que a gente se sente mais cidadão quando pode escolher em quem vai votar”, disse, orgulhoso o rapaz que se encontra em situação de rua há pouco mais de um mês. “É muito triste essa realidade. Quero poder ajeitar logo a minha vida e esse mutirão acho que vai ajudar muito”.

O paulistano Marcos Aurélio Oliveira Gabriel , de 25 anos, chegou ao Rio de Janeiro há 15 dias e desde então se encontra em situação de rua. Ao saber do mutirão, viu a oportunidade de tentar resolver pendências trabalhistas que deixou em São Paulo: “Meu emprego mais recente foi bem complicado e saí sem receber tudo o que eu tinha direito. Aproveitei o mutirão aqui e vim me informar”, disse, esperançoso.

Além dos serviços oferecidos à população, o Mutirão PopRuaJud contou, mais uma vez, com a apresentação de um coral composto exclusivamente por pessoas em situação de rua. Sabrina Samara Santos, de 38 anos, frequenta o Coral Canto da Rua, da Arquidiocese do Rio de Janeiro, é se disse feliz em participar de mais uma apresentação com o grupo: “O coral é muito bom. Cantar aqui me traz alegria, prazer, harmonia. Felicidade, sabe? É uma emoção ver as pessoas assistindo a gente e cantando junto. É muito gratificante. Preenche aqui dentro da gente”, comentou Sabrina, dizendo uma das músicas que mais gosta de cantar: “Não sei o nome, mas ela diz assim: ‘andar com fé eu vou’…”, disse se referindo à música de Gilberto Gil.

O Mutirão PopRuaJud

Está é a segunda edição do Mutirão PopRuaJud. A juíza federal Dra Ana Carolina Vieira de Carvalho, falou sobre objetivo do Mutirão:

“A ideia do mutirão é facilitar o acesso à cidadania, não só o acesso à Justiça, mas a cidadania como um todo. A ideia é que os Judiciário vá atrás dessas pessoas mais vulneráveis que muitas vezes não conseguem chegar até o Judiciário. Então, o evento é dividido em três grandes blocos: o primeiro bloco é a assistência básica, com banho, vacinação, testes, atendimento odontológico, atendimento PET,  roupa. Depois,  a gente tem o atendimento documental, que é toda a cadeia documental, como  Certidão de Nascimento, RG, CTF, título de diretor, Certificado de Reservista, União Estável. E aí, por fim, a gente tem o último grande bloco que são os atendimentos da Justiça:  que é a Justiça Federal,  Estadual e do Trabalho, Defensorias, Ministério Público, Advocacia Geral da União, Ministério Público Federal. Temos, também, um plus, que traz a ideia da inclusão produtiva. Então, temos aqui também o caminhão da Sefras, que oferece empregos, Fundação Santa Cabrini, que oferece empregos para quem é egresso do sistema prisional e, também, esse ano, a Secretaria de Educação, está aqui oferecendo cursos para jovens, cursos para quem não conseguiu terminar a escola no tempo regulamentar.  Enfim, o Mutirão, na verdade, a gente coordena, mas o evento só acontece porque a gente tem muitos parceiros. Parceiros fundamentais que fazem tudo isso aqui acontecer e funcionar. Então, meu muito obrigada a todos os envolvidos, a todos os parceiros e voluntários desse projeto maravilhoso que é o Mutirão PopRuaJud.”

Além dos serviços realizados por todas as instituições parceiras, o PopRuaJud também ofereceu às pessoas em situação de rua que foram ao mutirão serviços como corte de cabelo, banho, assistência à saúde e odontológica. O projeto conta com o apoio de empresas, de órgãos dos executivos municipal, estadual e federal e de organizações não governamentais (ONGs). No total, foram mais de 50 parceiros envolvidos. João Coelho,  coordenador do Núcleo de Justiça Federal Itinerante da 2ª Região, afirmou: “É um evento grande, que leva cidadania e esperança às pessoas. É organizado pelo TRF2, mas é feito por várias mãos, vários órgãos e empresas parceiras e também por vários voluntários. No total, são 300 voluntários. Esse ano, são 60 parceiros nos ajudando a realizar o PopRuaJud. Para você ter uma ideia, todo o acesso à internet por cabo e Wi-Fi de alta potência está sendo feito pela operadora Oi e o serviço de energia elétrica é oferecido pela concessionária Light. Ano passado, atendemos 3 mil pessoas no Mutirão. Esse ano, acredito que seja por aí, também. São números grandes que mostram a dimensão e a beleza desse projeto”.

Patrícia Couto, da Subsecretaria de Gestão Estratégica da Seção Judiciária, também falou, emocionada, sobre o Mutirão: “É um prazer enorme participar.  Muita gente me pergunta como é, pergunta se é difícil e eu digo: é uma grande satisfação poder ajudar essas pessoas. Elas chegam tão acuadas, invisibilizadas e ao receberam aqui o atendimento que precisam e com a atenção e o carinho que merecem, saem tão agradecidas. Acho que todo mundo que trabalha aqui como voluntário vivencia histórias emocionantes e volta pra casa renovado”.

Roberta Costa, coordenadora dos Primeiros Atendimentos da SAJ-Cjur, afirmou que para ela é uma alegria participar do projeto e poder ajudar tantas e tantas pessoas necessitadas: “Ah, pra mim, é sempre uma alegria muito grande fazer parte dessa ação, uma ação grandiosa dessas. Todos nós voluntários e voluntárias  somos um canal de promoção de cidadania para as pessoas que realmente precisam. São pessoas que estão há anos sem praticamente existir para o Estado. Muitas não têm nem Certidão de Nascimento, carteira de identidade, nada. Então, conseguir orientar, ajudar de fato, fazê-las ter acesso à Justiça, à cidadania, nossa, é muito, muito especial e emocionante. E fazer isso com atendimento empático, com acolhimento e com a atenção que cada ser humano merece é fundamental. O Mutirão é isso”, definiu Roberta lembrando um momento emocionante que tinha vivido há poucos minutos, num dos atendimentos do dia: “Um senhor de 65 anos estava quase dando pulinhos de alegria porque ia, aos 65 anos, ter a sua Certidão de Nascimento. Ele não tinha mais nenhum documento com ele. Como servidora, fico até emocionada porque eu me sinto servidora pública de verdade. A função da gente como servidor é servir, bem servir a população. E nada mais gratificante do que servir a essas pessoas que são invisíveis para a grande maioria da sociedade”.

 

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