Cerca de 300 servidores públicos federais ocuparam a Avenida Rio Branco por 40 minutos em manifestação por reajuste salarial
Em ato público nesta segunda-feira, 27 de agosto, os trabalhadores do Judiciário Federal e Ministério Público da União – que começou com um ato público em frente à sede do PT no centro do Rio – em conjunto com servidores outras quatro categorias (Saúde, Educação, Cultura e Aeronáutica), além de estudantes das universidades federais e do Colégio Pedro II, ocuparam a entrada do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, obrigando a presidenta da República Dilma Rousseff a entrar escondida pela porta lateral do teatro, com a proteção da tropa de choque da Polícia Militar do Rio de Janeiro. A presidenta veio à cidade para a cerimônia de entrega de medalhas da 7ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep), às 15h. A solenidade contou também com a presença do governador Sérgio Cabral (PMDB).
“Efetivamente esse ato tem que servir para despertar a categoria fazer o trabalho que é neste momento o essencial: a greve! Se os trabalhadores do Judiciário Federal cruzarem os braços de verdade, o governo federal será obrigado a conceder aumento”, disse o dirigente sindical do Sisejufe Roberto Ponciano. Os servidores do Judiciário Federal retomam a greve por tempo indeterminado na terça-feira, 28 de agosto.
Com palavras de ordem como “PCS Já!, munidos de cartazes, faixas e apitos, os servidores cobraram aumento salarial do Judiciário Federal e MPU, além da reposição salarial para as outras categorias do funcionalismo público. O protesto chegou a ocupar toda a Avenida Rio Branco, na altura da Av. Araújo Porto Alegre, parando o trânsito por cerca de 40 minutos durante a chegada da presidente Dilma ao Theatro Municipal, no Rio de Janeiro. Os servidores ficaram frente a frente com a tropa de choque da PM mas não houve confronto. Estima-se que 300 servidores participaram da manifestação, sendo cerca de cem trabalhadores do Judiciário Federal e do MPF.
Todo o entorno do Theatro Municipal foi fechado com barreiras montadas desde o início da Praça Floriano. Segundo a Polícia Militar, o aparato foi necessário para evitar protestos durante a passagem da presidenta. Os servidores e estudantes chegaram a ficar frente a frente com a tropa de choque da PM do Rio, mas não houve confronto. Após a saída da Tropa de Choque de frente da manifestação, a Guarda Municipal reabriu uma das pistas da Avenida Rio Branco ao trânsito. Os manifestantes se reuniram em frente ao Museu Nacional de Belas Artes e na lateral do Theatro Municipal.
“Os servidores das Justiças Federais, aqui presentes, precisam, ao voltar ao seu local de trabalho, ter o compromisso de contar aos companheiros de trabalho, o que viram e ouviram nesta manifestação hoje. É necessário contar essa história. Dizer a todos na Justiça Federal que você estava na rua protestando contra o governo federal e lutando pelo seu reajuste salarial e o dele também”, discursou o diretor sindical do Sisejufe, Edson Mouta Vasconcellos.
Além dos diretores e servidores do Judiciário Federal e MPU, participam do ato sindicatos de servidores de universidades federais e de hospitais universitários, além de estudantes. As entidades representadas foram: Sindicato dos Servidores do MPU e do Conselho Nacional do Ministério Público (Sinasempu); Associação Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-RJ); a Associação dos Docentes da UFRJ (ADUFRJ); o Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Universidade Federal Fluminense (Sintuff); a Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores da Universidades Públicas Brasileiras (Fasubra); e o Sindicato Nacional dos Aeroviários (SNA).
Mais de cem servidores da JF e MPU protestam em frente à sede do PT no Rio
Conforme programado, a semana de retomada da greve do Judiciário Federal teve início nesta segunda-feira, 27 de agosto, às 14h, com a realização de um ato público em frente à sede do PT, localizada na Rua do Carmo, nº 38, no Centro do Rio. “Se a presidenta da República respeitasse o artigo 37, inciso 10 da Constituição Federal, as greves dos servidores públicos federais não aconteceria. Não haveria agora 350 mil funcionários públicos na rua pedindo aumento”, discursou o diretor sindical Mário Cesar Pacheco. O ato público unificado entre os servidores do Judiciário Federal e do Ministério Público da União reuniu 102 trabalhadores e atraiu a atenção de transeuntes.
“Quero dizer uma coisa a vocês servidores do Judiciário e MPU, a população hoje acha que vocês ganham ouro quando isso não é verdade. Os jornais sindicais de vocês precisam chegar às ruas para que a população compreenda a luta de vocês, porque o jornal das bancas só colocam vocês como marajás. Ele não diz que vocês precisam ganhar o suficiente para se sustentar porque são servidores públicos a serviço da população”, disse Roberval Luzerdo, presidente do conselho político da Federação de Favelas do Rio de janeiro (Faferj), que pediu a palavra ao ver a manifestação na esquina da Rua do Carmo.
Às 14h15, a técnica judiciária Kátia Maria Nascimento, que é lotada no Tribunal Regional Federal da 2ª Região, propôs que o ato público fosse deslocado para a porta do Theatro Municipal devido à presença da presidenta Dilma Rousseff na solenidade de entrega de medalhas da 7ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep), às 15h. Os discursos foram interrompidos para que a proposta da servidora fosse votada pelos participantes do ato, tendo sido aprovada com apenas seis votos contrários. A partir das 14h25, aos gritos de “Incompetenta”, os manifestantes se deslocaram da Rua do Carmo (passando pela rua Sete de Setembro e avenida Rio Branco) para a rua Evaristo da Veiga, onde se localiza o Theatro Municipal.
Lá, os servidores do Judiciário Federal e MPU deram corpo à uma manifestação dos servidores e estudantes das Universidades federais e do Colégio Pedro II, exatamente às 15h. Contudo, todo o entorno do Theatro Municipal foi fechado com barreiras montadas desde o início da Praça Floriano. A Rua Evaristo da Veiga, onde se localiza a porta principal do Theatro Municipal também foi fechada pela polícia com grades de ferro, impedindo a aproximação dos servidores e estudantes. Os manifestadores ocuparam, então, a Avenida Rio Branco em frente ao Museu de Belas Artes do Rio de Janeiro.
MPU
Os servidores do MPU promovem um abaixo assinado online denominado “Mandado de Segurança Preventivo Já”. O objetivo é defender a autonomia do Judiciário, por meio Procuradoria-geral da República, evitando a repetição do corte de orçamento perpetrado em 2011, pela presidenta Dilma Rousseff e aceito pelo Superior Tribunal Federal. Para acessar o link da petição pública clique aqui.