As mensalidades do plano de saúde oferecido pelo Sisejufe em convênio com a Unimed-Rio terão correção de 16,34%. O reajuste entrará em vigor a partir do mês de maio deste ano. Inicialmente, o percentual de aumento apresentado pela operadora do plano foi de 39,70%. Após intensa negociação, a direção do sindicato conseguiu reduzir o índice para 16,34%.
As duas principais variáveis que impactaram o reajuste das mensalidades foram os custos com assistência médico-hospitalar que ficaram acima da inflação, e o aumento da sinistralidade, devido ao maior uso do plano nos últimos meses. Houve aumento no número de internações, inclusive em UTIs. Outro fator foi a demanda represada por exames e consultas de rotina que muitos usuários deixaram de fazer nos primeiros anos da pandemia de Covid-19.
Os reajustes do plano de saúde do sindicato nos anos anteriores foram respectivamente: 2019 = 2,72%, 2020 = 3,30%, 2021- 0,0 % . Neste período, o sindicato conseguiu manter o contrato com reajustes reduzidos, mas com o aumento da utilização do plano, a alta exorbitante dos preços e a inflação acima de dois dígitos, não foi possível manter os índices dos últimos anos.
Mesmo com o reajuste atual, o custo do plano para os servidores e dependentes continua abaixo dos praticados por similares.
Entenda a inflação médica
O aumento dos custos médico-hospitalares reflete a variação de preços de serviços médicos e hospitalares, incluindo ainda laboratórios, clínicas, hospitais, entre outros itens. A inflação médica (VCMH – índice de Variação do Custo Médico Hospitalar) em 2022 foi de 23,04%. Entre os pontos que fazem esse índice subir, de acordo com a Confederação Nacional de Saúde, estão a adoção de novas tecnologias, o envelhecimento da população e maior procura dos segurados de planos coletivos.
A correção de 16,34% para o plano de saúde que o sindicato oferece leva em consideração que, esse ano, a sinistralidade – relação custo médico/receita – apresentou índice de 79,48%, acima do que é previsto no contrato do Sisejufe e estipulado pelo mercado, que é de 70%; foi preciso, então, aplicar um percentual que componha o equilíbrio financeiro do contrato.
A proposta de reajuste enviada em carta pela operadora – de 39,70% – não foi aceita pelo sindicato, que sequer avaliou a possibilidade de discutir um reajuste neste patamar. O acordo foi possível pelo fato do Sisejufe ter uma parceria de mais de duas décadas com a Unimed-Rio, e a maior sinistralidade ter ocorrido em meses específicos, o que possibilita que um reajuste menor seja suficiente para assegurar o equilíbrio financeiro do contrato. A Unimed Rio concordou com os argumentos do Sisejufe e foi possível chegar ao índice estabelecido de 16,34% sobre todos os preços, planos e faixas etárias, sem deixar de assegurar a qualidade da cobertura contratada.
Durante a negociação, a direção do sindicato foi enfática em não aceitar o percentual proposto, já que a categoria tem amargado seis anos sem reajuste salarial e o índice conquistado neste ano não recompõe as perdas acumuladas no período. É importante ressaltar também que parte considerável da categoria já está aposentada e alguns chegam a ocupar mais de 50% de seu orçamento com despesas de saúde.
Outro fator levado em consideração foi a competitividade com outros planos oferecidos por Tribunais e associações. Estes fatores foram determinantes para convencer a Unimed de que não seria apropriado um reajuste tão elevado, pois isso poderia inclusive causar a saída de pessoas que teriam dificuldades em arcar com o reajuste.