Os trabalhadores do Sistema Petrobras amanheceram na quinta-feira, 26, mobilizados para barrar o avanço da privatização que está desmontando a estatal, em tempo recorde. Em menos de dois anos o governo já entregou mais de 30 ativos estratégicos da petroleira e avança agora contra as refinarias, terminais e oleodutos. Para acelerar a “privataria”, o governo Temer indicou para o Conselho de Administração da Petrobras ex-executivos de multinacionais que concorrem com a empresa. A nomeação deverá ser consolidada na Assembleia dos Acionistas, que aconteceria na quinta-feira, 26, na sede da estatal, no Rio de Janeiro.
Para denunciar esses e outros crimes de lesa-pátria, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo realizaram um ato público na capital fluminense, com participação de petroleiros de outros estados, além de movimentos sociais e centrais sindicais. A manifestação teve início às 11h, na Av. Rio Branco, em frente ao metrô Carioca, de onde os trabalhadores saíram em caminhada em direção à sede da Petrobras, na Avenida Chile. “A sociedade brasileira tem que saber de mais essa manobra do governo entreguista de Michel Temer e de seu capataz Pedro Parente”, destacou o coordenador da FUP, José Maria Rangel.
Mobilização também nas refinarias e campos de produção
Mais cedo, houve mobilizações em várias unidades do Sistema Petrobras, como a Repar (PR), onde 100% dos trabalhadores próprios e terceirizados pararam por mais de duas horas, em protesto contra o anúncio da venda de 60% da unidade e o avanço da privatização nas demais unidades da empresa. Ao final da mobilização, os petroleiros caminharam juntos até a entrada da refinaria, carregando faixas contra o desmonte do Sistema Petrobras.
Na Bahia, houve mobilizações no campo de produção de Miranga, uma das 50 áreas de exploração de petróleo em terra que foi posta à venda por Pedro Parente, a quem o governo golpista entregou o comando da Petrobras. Além de lutar contra a privatização dos campos terrestres, os petroleiros da Bahia resistem ainda ao desativação da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen) e entrega de 60% da Refinaria Landulpho Alves (Rlam) e dos oleodutos e terminais da Transpetro.
No Rio Grande do Sul, os petroleiros da Refinaria Alberto Pasqualine (Refap), que já sofreram na pele os efeitos da privatização, também se manifestaram na manhã desta quinta. No governo FHC, a refinaria teve 30% de seu controle entregue à multinacional Repsol e só voltou a ser 100% Petrobras dez anos depois, no governo Lula. Agora, a Refap está novamente na lista de privatização de Pedro Parente, que ameaça entregar 60% da unidade para a concorrência, junto com terminais e oleodutos.
A “privataria” de Pedro Parente avançará ainda mais com a presença de ex-executivos de multinacionais no Conselho de Administração da empresa, onde são tomadas decisões estratégicas para a companhia e o país, com consequências diretas para a população. É o caso, por exemplo, da política de preços de derivados, que tanto tem afetado os consumidores, com aumentos seguidos da gasolina, do diesel e do gás de cozinha.
Fonte: Federação Única dos Petroleiros (FUP)