Servidores realizam grande ato em frente à Câmara dos Deputados, em Brasília, na terça-feira (28/11), contra a EC 95, a MP 805 e a Reforma da Previdência. O setor de trabalhadores públicos, em um grande esforço nessa época do ano, conseguiu cumprir a tarefa.
A pesada repressão policial sobre as caravanas – que eram paradas ainda na altura da Catedral de Brasília – se estendeu contra as pessoas que usavam “camisas do movimento”, que só conseguiam passar apresentando documento e identificação que trabalhava em algum ministério ou Congresso Nacional, prática que teve início quando da votação da PEC 55 (EC95) no Senado.
O uso de spray de pimenta e tiros com bala de borracha e o desrespeito ao direito de ir e vir e de protestar foram a marca da truculência policial, mas não foi suficiente para intimidar os manifestantes que conseguiram chegar no Anexo II da Câmara dos Deputados. Policiais, de maneira violenta, também tentaram apreender carro de som e foram contidos pelo senador Lindbergh Farias (PT/RJ) e pelo deputado Glauber Braga (PSOL/RJ). Os policiais ainda ensaiaram atirar na multidão, de cima do prédio da Câmara. Diante das filmagens e gritos de “Covardes!” recuaram.
Para os que estiveram no “Ocupa Brasília”, o dia foi muito importante mas não suficiente. É necessário mobilizar para a paralisação nacional do dia 5 de dezembro e colocar na pauta da categoria a greve por tempo indeterminado como uma contra ofensiva a Reforma da Previdência em versão que prejudica, ainda mais, servidores e servidoras, em especial.
Para a representante de base Anny Figueiredo, que esteve no “Ocupa Brasília”, “a paralisação do dia 5, atendendo ao chamado das centrais sindicais brasileiras, é imprescindível para barrarmos a nefasta anti reforma da Previdência do governo golpista. Precisamos, ainda, atacar a anti reforma Trabalhista que, embora aprovada, não pode se consolidar”. Para ela, “as anti reformas do governo ilegítimo têm o objetivo de exterminar os direitos da classe trabalhadora em prol do capital. Nós não podemos silenciar!”
Já para Amaro Faustino, dirigente do Sisejufe, manifestações como essa, “nos animam a permanecer na luta e a resistir aos ataques que, certamente, ainda estão por vir. A anti reforma da Previdência, assim como a Trabalhista, apontam para uma tragédia no mundo do trabalho e, tanto essa manifestação, o “Ocupa Brasília”, como a paralisação do dia 5 de dezembro, dão conta de que é preciso resistir e lutar junto com todos os trabalhadores do Brasil”.
Para a direção do sindicato, é preciso mobilizar a categoria e buscar os parlamentares que estejam a favor da reforma. Eles não podem ter descanso. Vive-se, nesse momento, uma guerra. O governo ainda não tem os 308 deputados a seu favor, mas o balcão de compra de votos está a todo vapor e não se pode descansar.
Caso os servidores vençam essa batalha, neste ano, ainda devem se preparar para as batalhas do ano que vem, porque, mesmo sendo mais difícil, o governo e seus aliados não desistirão de votar e podem se aproveitar do início do ano, apostando na desmobilização dos servidores públicos. A tarefa até dia 04, assim, é convencer os servidores e todos os trabalhadores pela adesão à greve do dia 5 de dezembro.
Pelo Sisejufe estiveram presentes em Brasília, Marcio Gama (base), Anny Figueiredo e Renato Soares (representantes sindicai de base), Amaro Faustino, Laura Diógenes, Lucena Pacheco e Ricardo Soares (diretoria do Sisejufe).
Da redação, com fotos de Valcir Araújo