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Sindicato dos Servidores das Justiças Federais no estado do Rio de Janeiro - Telefone: (21) 2215-2443

O maior blefe da história do Judiciário Federal

São Paulo inova: 100% de adesão em greve de fim de semana!

Nós, delegados do Rio de Janeiro à Plenária ampliada da Fenajufe, já havíamos denunciado a irresponsabilidade dos setores extremistas da Fenajufe, Luta Fenajufe/Conlutas/PSTU, que se aproveitando de uma maioria circunstancial, em uma plenária esvaziada, ao fim da plenária, depois de duas horas de tentativa de acordo, haviam deliberado por um indicativo de rejeitar a proposta e permanecer em greve até a aprovação final do PL.

São Paulo inova: 100% de adesão em greve de fim de semana!

Nós, delegados do Rio de Janeiro à Plenária ampliada da Fenajufe, já havíamos denunciado a irresponsabilidade dos setores extremistas da Fenajufe, Luta Fenajufe/Conlutas/PSTU, que se aproveitando de uma maioria circunstancial, em uma plenária esvaziada, ao fim da plenária, depois de duas horas de tentativa de acordo, haviam deliberado por um indicativo de rejeitar a proposta e permanecer em greve até a aprovação final do PL.

Segundo estes setores, tínhamos que fazer “A MAIOR GREVE DA HISTÓRIA DO JUDICIÁRIO”. O Rio de Janeiro e o campo CUTista argumentaram que:

1. A greve já estava bastante esvaziada, só 12 dos 26 sindicatos tinham aderido e em todos os estados tínhamos problema para manter a greve.

2. Três estados já haviam deliberado sair da greve, reduzindo o número de 12 para 9.

3. Com o Executivo tendo acertado uma proposta com o Judiciário, o refluxo seria ainda maior.

4. Faríamos uma greve esvaziada contra dois poderes, expondo a vanguarda ao corte de ponto e os sindicatos à multa num momento de recuo.

5. Devíamos entrar em greve, unidos e sair unidos, para não deixarmos nenhum estado exposto à punição ou a corte de pontos.

 

Depois de duas horas de tentativa de acordo, o campo do Luta Fenajufe, unido ao campo dos defensores do subsídio, numa plenária em que 40% dos delegados já haviam regressado a seus estados, aproveitou-se de uma maioria circunstancial e votou um indicativo de greve que venceu por 40 a 31, com 10 votos de São Paulo.

Guarde esta votação, este número é simbólico e importante. Não importava um consenso, sair de uma greve, unidos. Não importou nem o argumento de que só se constrói uma grande greve com unanimidade e, portanto, não se construiria uma grande greve com aquele resultado. Importava “ganhar” a plenária e fazer um grande blefe irresponsável com a categoria. Dentre aqueles votos estavam votos da direção do Comando de Greve e da Direção do Sindicato do Estado de São Paulo, portanto, aquela era a “posição oficial de São Paulo”. Para eles não havia refluxo, não havia porque parar a greve. Todos que parassem a greve seriam, portanto, traidores e pelegos. Aquela votação destrutiva, paradoxalmente, construiria a “maior greve da história da categoria”.

A vitória naquela Reunião Ampliada foi uma vitória de Pirro. A delegação do Rio observou que, diante da votação, qualquer coisa que não fosse uma grande greve radical seria uma derrota para os vencedores, que haviam optado pelo “aventureirismo”, pela irresponsabilidade, diante da realidade de refluxo, acordo selado e possibilidade de punição diante de uma greve contra um acordo. Havia um fator ainda pior: com a rejeição do acordo, Judiciário e Executivo não estariam obrigados a cumpri-lo, já que simbolicamente a categoria estava, ali, rejeitando a proposta!

Pois bem, a maior greve do Judiciário Federal foi grande mesmo. Afinal, teve 100% de adesão da categoria enquanto durou: O SÁBADO E O DOMINGO, os dois primeiros dias de setembro.

Aconteceu então o inevitável: na segunda-feira, 3 de setembro, a direção do sindicato de São Paulo e o seu Comando de Greve (que haviam votado em uníssono na Ampliada da Fenajufe pela “maior greve da história” contra o “famigerado acordo” – 40 x 31… retire dez votos e veja o resultado) com os mesmos argumentos daqueles que foram derrotados em Brasília, propuseram aceitar a proposta e sair da greve!

Ou seja, São Paulo deliberou o contrário da proposta que havia defendido na Ampliada da Fenajufe. Foi claramente um blefe, um grande blefe político, a marcação de uma posição pseudo-radical e irresponsável. Todos os nossos argumentos acabaram validados.

Marx escreveu na segunda tese sobre Feuerbach: “A questão de saber se ao pensamento humano pertence a verdade objetiva não é uma questão da teoria, mas uma questão prática. É na práxis que o ser humano tem de comprovar a verdade, isto é, a realidade e o poder, o carácter terreno do seu pensamento. A disputa sobre a realidade ou não realidade de um pensamento que se isola da práxis é uma questão puramente escolástica.”

Tirando a retórica pseudo-radical, os vencedores, na prática, usaram todos os argumentos dos vencidos.

Isto demonstra a seriedade do Sisejufe e do campo CUTista que consignou claramente que era a hora certa de recuar unidos, de fazer pressão no Congresso para votar o acordo o mais rápido possível, de que era hora de dobrar o AQ e discutir a carreira e não o momento de expor a categoria depois de uma greve que foi vitoriosa e que cumpriu parcialmente seus objetivos.

A montanha pariu um rato, o altissonante grito de “a maior greve da história do Judiciário” virou o MAIOR BLEFE DA HISTÓRIA DO JUDICIÁRIO, e a greve com maior adesão, afinal, 100% dos servidores aderiram à greve no sábado e no domingo.

Continuaremos a lutar com seriedade, sem “aventureirismos” e sem extremismos, que este blefe fique como lição para quem acredita em aventuras e discursos pseudo-radicais.

 

Roberto Ponciano – Diretor Sindical

 

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