O ministro da Economia, Paulo Guedes, ex-banqueiro fundador do BTG Pactual e atual ministro da Economia, pode falar mal dos servidores públicos o quanto quiser. Pelo menos foi esse o recado à categoria, que o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou ao rejeitar, nesta quarta-feira, 6, duas ações propostas por entidades de servidores públicos.
As ações – uma denúncia de crime de responsabilidade e um pedido de interpelação judicial foram propostas depois de Guedes ter comparado funcionários públicos a parasitas. Segundo o magistrado, somente quem se sentiu ofendido poderia propor as ações. No entendimento de Fux, as entidades não podem representar os servidores.
No entanto, o argumento do ministro também aponta caminhos ao indicar a propositura de ações individuais. Só no Judiciário Federal e MPU seriam, num cálculo raso, mais de 120 mil ações.
Ante a ofensa de Guedes aos servidores e servidoras, em 7 de fevereiro de 2020 a Fenajufe, em nota, condenou a postura do ministro:
Paulo Guedes extrapolou.
Ao comparar Servidores Públicos a parasitas, o verdadeiro ZeroUm de Jair Bolsonaro mostra a que veio: vender postos de trabalho público ao setor privado.
A declaração, feita em palestra na Escola Brasileira de Economia e Finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV EPGE) no encerramento de um seminário sobre o Pacto Federativo, foi mais um afago ao mercado financeiro.
Ao taxar o funcionalismo como “privilegiados”, o banqueiro Guedes foi desonesto, pois não há privilégio onde a tarefa é servir ao cidadão.
Privilégio por acaso é o esforço monumental que o servidor é obrigado a fazer para impedir que apaniguados de políticos roubem os cofres públicos, nomeiem parentes e surrupiem o erário? Privilégio, sim, é poder recuperar dinheiro público roubado, como o fazem os Servidores do Judiciário que repatriam essas quantias.
Guedes é desonesto ainda ao afirmar que 88% da população é favorável à demissão de servidores, sem esclarecer que essa mesma população foi enganada e adestrada a criticar o salário do servidor e não lutar para que seus próprios salários, sejam equiparados ao do funcionalismo.
O hospedeiro está doente sim. Mas a doença vem dos bancos parasitas e do sistema financeiro parasita, que roubam dos cofres públicos e remuneram a você, ministro, para defender os interesses deles no governo.
A doença vem dos empresários parasitas sonegadores que não pagam seus impostos e fazem tudo para manter seus próprios empregados na miséria, porque o desfortúnio os torna mais dóceis.
A doença vem dos políticos parasitas que fazem da propina e da corrupção, as verdadeiras religiões. Isso sim, ministro, adoece o País.
Falta a Paulo Guedes a honestidade de assumir publicamente que a ele, ao governo e ao próprio presidente da República, não interessa manter serviço público para atender ao pobre. Falta honestidade de assumir publicamente que O objetivo do governo, é exterminar a população pobre. Não erradicar a pobreza.
A Fenajufe – Federação Nacional dos Trabalhadores do Poder Judiciário Federal e Ministério Público da União – REPUDIA não só a fala do ministro Paulo Guedes, mas tudo o que ele representa enquanto porta-voz de um governo que não tem nada em sintonia com as reais necessidades do Povo Brasileiro.
Diante do absurdo que se tornou o atual governo e a escalada crescente de ataques aos direitos dos pobres, minorias, trabalhadores – tanto da iniciativa privada quanto do serviço público – a Fenajufe conclama a todos e todas a tomarem as ruas em 18 de Março. Greve Geral, Já!
Fonte: Imprensa Fenajufe