A Frente Parlamentar Mista do Serviço Público retomou, nesta segunda-feira (07/06), a organização do ato contra a Reforma Administrativa, convocado para amanhã, 9 de junho. A partir das 9h, diversas entidades de servidores e servidoras públicas estarão mobilizadas em frente ao Anexo II da Câmara dos Deputados, em Brasília, pela derrubada da PEC.
Na discussão sobre as estratégias da luta contra a retirada de direitos, as entidades avaliaram que o único caminho é a rejeição total da reforma administrativa. Este será o tom da reunião com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP/AL), também marcado para quarta-feira, mas ainda sem horário para acontecer.
Nesta ocasião, a Frente Parlamentar Mista do Serviço Público e a Frente Servir entregarão ao presidente da Casa o abaixo-assinado que defende a suspensão da tramitação da PEC 32/20. Até lá, a coleta de assinaturas continua. Já são 120 mil os assinantes do documento, a meta é chegar a 150 mil.
Outro ponto que entrou para a discussão estratégica foi a apresentação de emendas. As entidades mais uma vez definiram pelo foco principal, que é a luta pela rejeição total da PEC 32/20, mas reconhecem que as as emendas são estratégias e ferramentas próprias da atuação parlamentar e seus mecanismos de articulação.
Racha do governo favorece luta pela derrubada da reforma
Na análise do contexto em que se desenrola o enredo da PEC, as informações trazidas por Vladimir Nepomuceno, da Assessoria Institucional da Frente, indicam crescimento da cisão entre dois grupos do Planalto. Enquanto a horda assentada na Economia e em sintonia com os desejos do mercado quer a reforma, a ala eleitoreira ligada ao bolsonarismo não nutre simpatias pela reforma neste momento, com medo da repercussão nas bases eleitorais.
Apesar de divergirem quanto ao momento, os grupos não têm qualquer dissonância quanto ao conteúdo, defendendo, em alguns casos, o recrudescimento da proposta, considerada “muito leve” por alguns parlamentares e integrantes do governo.
A avaliação é de que esse “racha” favorece as entidades na articulação da pressão sobre as bases eleitorais, tornando os parlamentares mais suscetíveis e vulneráveis em relação à exposição negativa, o que reforça a necessidade de maior pressão das entidades.