O Fonasefe – Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais – realizou entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira (29/12), para apresentar um calendário visando a construção de uma greve coletiva dos servidores públicos federais. O debate foi motivado pela aprovação da LOA (Lei Orçamentária Anual), que disponibilizou verba de R$1,7 bilhão para reajuste do serviço público, sendo o valor reservado somente para policiais, contemplando apenas três por cento do funcionalismo.
“Todos nós, servidores públicos, independentemente da carreira, estamos com perda salarial muito alta. A grande maioria dos servidores está sem reajuste desde 2017, com perdas salariais que ultrapassam a casa dos 50 por cento. Foi uma afronta o governo anunciar que determinado valor seria repassado apenas para um setor do serviço público”, disse David Lobão, coordenador-geral do Sinasefe.
Lobão informou que o Fonasefe definiu um calendário inicial, com reunião no dia 14 de janeiro entre representantes das entidades e no final do mês, em paralelo ao Fórum Social Mundial, que será realizado de 26 a 30 de janeiro, haverá uma plenária nacional cuja pauta estará focada na defesa do serviço público e na luta por reajuste salarial para o conjunto das categorias. “Vai ser pautada a questão da greve e vamos propor uma rodada de assembleias e calendário específico”, completou.
Na coletiva, os auditores fiscais relataram que a categoria já convocou assembleias nos sindicatos de todo Brasil de 3 a 7 de janeiro para decidir o movimento paredista. Esta semana, 828 auditores com funções de chefia entregaram seus cargos após a aprovação do Orçamento de 2022 com previsão de reajuste salarial apenas para policiais.
A previsão é que as demais categorias aguardem a reunião do dia 14 de janeiro para definir, em assembleias locais, sobre a construção de greve unificada.
A reunião do Fonasefe, transmitida ao vivo pelo Facebook e retransmitida pelo Sisejufe, teve média de 200 espectadores simultâneos, mesmo em meio ao recesso de fim de ano.
“Temos que mostrar nossa indignação contra este reajuste eleitoreiro que só serve para fidelizar votos da base do governo. O Judiciário Federal depende do STF encaminhar solicitação de reajuste ao Legislativo, por isso, precisamos pressionar o Supremo que há muito não vem dando a atenção que merecemos. Já não é de hoje a insatisfação que corre nos corredores do Judiciário Federal e que interfere no ambiente organizacional. Nem mesmo pautas como o NS, que não gera gastos, teve a devida atenção… lembremos também que nossa luta é maior porque além de vencermos o STF, temos que enfrentar o Legislativo e um possível veto do líder do Executivo”, afirma a diretora do Sisejufe Soraia Marca.
Por Tais Faccioli, jornalista do Sisejufe