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Sindicato dos Servidores das Justiças Federais no estado do Rio de Janeiro - Telefone: (21) 2215-2443

Encontro de T.I. indica os eixos para avanços na valorização do segmento e de toda a categoria. Construção de um coletivo nacional faz parte das medidas

Sisejufe participou do primeiro encontro de servidoras e servidores de TI no PJU e MPU. Evento foi realizado em Brasília, no auditório da Fenajufe

Foto: Fenajufe

Um fim de semana dedicado a debater a Tecnologia da Informação e Comunicação do Judiciário Federal e MPU. O primeiro encontro nacional da Fenajufe sobre o tema foi realizado em Brasília, nos dias 30 e 31 de julho, no auditório da federação, e trouxe muitas contribuições sobre o assunto.

Foi consenso entre os participantes que a melhoria das condições de trabalho e a valorização não sejam apenas “da” T.I. mas sim para toda a categoria, “a partir” da T.I. Nesse sentido, foram aprovados os eixos que direcionarão as próximas etapas da organização do segmento, como por exemplo, o Coletivo de TI da Fenajufe. Outros pontos acordados são: indicar a organização sindical como instrumento para avanços na carreira; apontar a luta conjunta com a categoria como o caminho para avanços; construir a valorização salarial de toda a categoria como o principal instrumento de valorização de todas as carreiras, inclusive a do segmento de TI; cobrar políticas de valorização e estímulo à qualificação profissional; construir propostas de enfrentamento aos problemas e de valorização que sejam o mais amplas, com maior abrangência à categoria; fomentar e participar do debate estrutural de carreira; encaminhar estudos técnicos e orçamentários sobre o melhor instrumento de valorização da carreira; reforçar a recomendação aos sindicatos, de criação dos núcleos de TI; estabelecer o Coletivo de TI da Fenajufe.

De acordo com a Fenajufe, os eixos deliberados também nortearão a construção de um manifesto da T.I., já em fase de construção, por uma comissão formada pelos servidores Fabiano dos Santos, André Muniz, Vinícius Paes e Marcell Manfrin, com apoio de Vera Miranda, da Assessoria Técnica da Fenajufe.

Participaram do evento 17 pessoas no sistema presencial e mais 26 virtualmente, com um total de 15 sindicatos representados. Do Sisejufe, participaram presencialmente: André Luis Pereira Muniz, Dulavim de Oliveira Lima Júnior e José Bernardo de Figueiredo Ciriaco, além de Vera Miranda, que é também assessora política do sindicato.

Vera foi a palestrante da tarde de sábado (30) e falou sobre o tema “Política de qualificação e capacitação dos servidores e servidoras de TI”. Ela apontou as lacunas hoje existentes entre as determinações de gestão estabelecidas pelo CNJ e a realidade da área, uma vez que, com quadro reduzido e trabalho imersivo, não resta tempo para a qualificação preconizada. Além disso, há ainda a disputa orçamentária que permeia a questão.

Levantamento dos dados em todos os estados aponta que a maioria está no limite mínimo, abaixo do mínimo. “Ou seja: se eu tenho um quadro enxuto, não existe como ter um processo de qualificação que permita o afastamento para um doutorado ou um curso mais robusto”, afirmou a assessora.

Outro ponto trazido por Vera Miranda – também destacado nas mesas da manhã com Marcelo Carlini e Frederico Barboza – é o da disparidade entre o que paga o Judiciário para servidores e Servidoras do segmento e a realidade do mercado, acelerando os processos de fuga de talentos.

Vera aponta ainda que a solução das questões de carreira para o conjunto das servidoras e dos servidores passa pelo diálogo com a carreira de TI. “Se a TI cobrar, a porta abre mais rápido para esse processo de discussão do estabelecimento de um projeto de carreira. Essa é uma discussão que os tribunais se recusaram a fazer antes, mas que agora se vêem obrigados a fazer porque precisam de uma saída para competir com o mercado”, acrescentou. Como forma de valorizar o segmento, a palestrante enfatiza que gratificação não é solução e sim, rediscutir o AQ.

O diretor de Acessibilidade e Inclusão do Sisejufe, Dulavim de Oliveira Lima Junior, afirmou que foi um prazer fazer parte do encontro e participar das discussões. “A TI não para nunca. A pessoa está trabalhando e de repente acontece alguma coisa com o ‘servidor máquina’ e aí o ‘servidor gente’ tem que atuar em pleno sábado, em pleno qualquer dia e horário que aconteça o problema, seja de manhã, de noite ou de madrugada. E aí, como é isso: plantão, hora extra ou o quê? Teve discussão de gratificação sobre a atividade de TI, mas toda essa discussão está sendo feita a partir da TI e não só para a TI. Tanto que uma coisa que ficou bem afirmada é que a valorização da TI passa pela valorização de toda a categoria”, frisou Dulavim. O tema não foi abordado dessa vez, mas ele disse também que pretende levar a pauta da acessibilidade para dentro do grupo e assim enriquecer ainda mais as discussões.

Bernardo Ciríaco, supervisor da SETECD (Seção de Tecnologia de Dispositivos Corporativos) da divisão de suporte no TRF-2 fez parte da delegação do Sisejufe que foi ao encontro e considerou muito proveitoso todo o debate que aconteceu. “A troca de ideia e todo esse intercâmbio são sempre muito bem-vindos. Enriquecedor, mesmo. Havia colegas do Rio, Brasília, SP, Pará etc. Cada um com sua realidade, suas experiências, dificuldades e sugestões. Foi salutar demais. O teletrabalho, por mais que seja bom, traz complexidades e dificuldades que precisam ser discutidas. E o encontro caminhou nesse sentido. Agora, é amadurecer o debate”, disse ele chamando a atenção para um outro fato importante: a participação de todos os servidores, sindicalizados ou não. “Eu considero muito bom e importante a gente ser sindicalizado. É fundamental, necessário, cada um de nós, como servidor público, como profissional, buscar se informar minimamente sobre os assuntos que dizem respeito à sua carreira e ao seu ambiente de trabalho, seja sindicalizado ou não. Vamos acordar para essa realidade, pessoal.”

André Muniz, analista de TI do TRT-1, também fez parte da delegação que foi ao encontro. Assim como Bernardo, achou riquíssima toda a discussão proposta e saiu esperançoso de que com a construção de um coletivo nacional de TI possa haver mais engajamento e mobilização dos servidores. “De uma forma geral, falta mobilização do trabalhador em qualquer área e na TI a situação não é diferente. É um exercício que precisa ser construído: pensar a sua realidade, debater os problemas, propor melhorias e soluções. Por isso, foi muito bom participar do encontro. Gostei bastante das discussões e saí especialmente satisfeito com a ideia do coletivo nacional de TI e com a possibilidade de maior valorização dos servidores”, afirmou André.

Momentos do encontro:

Por Dani Maia, com informações da Fenajufe

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