Começou a luta das servidoras e servidores públicos em 2022. No primeiro ato do ano nesta terça-feira (18), em frente ao Banco Central, trabalhadores pediram isonomia e reajuste salarial para todo o serviço público, não apenas aos policiais que integram a base do presidente. A mobilização mostrou a mesma unidade que garantiu a não votação da reforma administrativa (PEC 32/20) no ano passado.
Pela Fenajufe, participação dos coordenadores Evilásio Dantas, Fernando Freitas, Roberto Policarpo, Roniel Andrade e Thiago Duarte. Marcaram presença, ainda, representantes do Sintrajufe/RS.
O movimento de hoje é o início de uma construção unificada que pode culminar na greve geral dos servidores em março caso não haja negociação com o governo. O calendário aprovado pelo Fórum Nacional das Entidades dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) indica estado de greve entre os dias 14/02 e 25/02 para participação na jornada de mobilização, paralisações e luta em prol da isonomia/recomposição salarial; e 09/03 indicativo de greve geral.
Sem reajuste há seis anos e amargando mais de 10% de perdas somente em 2021, servidores estão se organizando em torno de uma grande mobilização nacional para reposição salarial. A pedido de Jair Bolsonaro, em evidente desrespeito ao conjunto do funcionalismo, o Orçamento de 2022 prevê R$ 1,7 bilhão para reajuste apenas dos servidores da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Departamento Penitenciário Nacional (Depen).
O coordenador Thiago Duarte falou pela Fenajufe e alertou que o governo Bolsonaro pode passar para a história como o único desde a redemocratização que não deu nenhum reajuste aos servidores.
Já o coordenador Fernando Freitas afirmou que os servidores não aceitarão a quebra da isonomia entre os trabalhadores públicos.
A mobilização continuou de tarde em frente ao Ministério da Economia. Durante o ato, foi entregue carta de reivindicações com índice correspondente a perdas inflacionárias dos últimos anos.
Na quinta-feira (20), a Fenajufe se reunirá, de forma virtual, com a ministra Rosa Weber para tratar do assunto. A Federação havia solicitado audiência com o ministro Luiz Fux, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e Conselho Nacional de Justiça (CNJ), no entanto, devido ao recesso, a ministra está à frente da corte até o final de janeiro.
A Federação enviou ao ministro Fux estudo que foi apresentado em julho de 2021 ao conselheiro Luiz Fernando Bandeira de Mello Filho, coordenador do Fórum Permanente de Gestão da Carreira dos Servidores do PJU. O material chancelado em Reunião Ampliada da Fenajufe, resumidamente, requer a reestruturação remuneratória, por meio de alteração de tabela de vencimentos ou elevação da GAJ, que permita alcançar, pelo menos, a recomposição das perdas já ocorridas até janeiro de 2021 e estimadas para ocorrer em 2022.
Fonte: Fenajufe