Para celebrar o Dia do Bibliotecário, comemorado em 12 de março, a Rede de Bibliotecas e Centros de Informação em Arte no Estado do Rio de Janeiro (Redarte/RJ) – em parceria com o Conselho Regional de Biblioteconomia – 7ª Região (RJ) -, organizou a mesa-redonda “Bibliotecas de Arte: Para quê e Para quem?”, que aconteceu na tarde de quarta-feira, 15/03, na Sala de Sessões do Centro Cultural da Justiça Federal (CCJF), no Centro do Rio.
O objetivo do encontro era discutir o pensar coletivo de ferramentas para a inclusão social de pessoas em situação de rua em espaços de cultura e arte.
Eunice Barbosa, presidenta do Sisejufe, foi uma das palestrantes convidadas. Ela foi chamada para falar ao público presente sobre a parceria do sindicato junto ao Instituto LAR – Levante, Ande, Recomece, na qual a entidade contribui dando às pessoas em situação de rua orientação jurídica e acesso à Justiça.
Além de Eunice, Ana Paula Rios, presidente do Instituto LAR; a psicóloga Andréa de Moura Garcia, servidora do TRF2, responsável pelo Setor Educativo do CCJF; e Flávia Melo de Macedo, assistente social e servidora do TRF2 também foram as palestrantes da mesa. Leandra Oliveira, da RedarteRJ foi a mediadora do debate.
Andrea e Flávia iniciaram a discussão falando sobre o Projeto Vozes e Histórias, que o CCJF iniciou em 2019 justamente com o objetivo de receber e acolher da melhor maneira possível as pessoas em situação de rua que cada vez mais entravam no espaço: “A gente foi percebendo que elas vinham, basicamente, para usar o banheiro e o bebedouro. Buscamos então um olhar, uma abordagem que não fosse assistencialista, mas que desenvolvesse neles o sentimento de pertencimento. E,claro, fomos buscar parceiros porque não dá para caminhar sozinho. A gente precisa de ajuda, de trabalho em rede para poder alcançar mais e melhor as pessoas”, explicou Flávia ao falar sobre o projeto.
Andrea então complementou: “Resolvemos que não íamos excluir essa pessoas. Muito pelo contrário. Íamos incluir essas pessoas com cidadania, arte, cultura, hospitalidade, educação e, principalmente, pertencimento”.
Flávia falou sobre as ferramentas que usou para desenvolver o projeto, os questionários aplicados junto aos funcionários e às pessoas em situação de rua para, a partir disso, conceber como iriam então atuar. Christian Brayner, bibliotecário da Câmara dos Deputados, que também estava na platéia, assistindo à palestra, elogiou bastante o trabalho desenvolvido e sugeriu que fosse compartilhado com o máximo possível de pessoas. “Muito, muito importante essa experiência de vocês e a forma como fizeram. É bom compartilhar essas informações para que mais e mais pessoas, órgãos e entidades possam vir a fazer algo nesses moldes. Parabéns”, elogiou ele.
Eunice agradeceu a Redarte pelo convite e ratificou a fala anterior de Flávia sobre a importância de se trabalhar em rede: “O primeiro aprendizado é esse: não tem como trabalhar com as pessoas em situação de rua se não for em rede. É impossível atuar sozinhos. E outra coisa que aprendemos é que todos os projetos que podem seguir adiante com as pessoas em situação de rua têm que gerar renda. Elas precisam de uma renda imediata para ter adesão. Quando veio a pandemia, estávamos pensando, por exemplo, como poderíamos capacitar as pessoas em situação de rua para atuarem com arte no Centro do Rio. Quem sabe agora a Redarte não pode abraçar essa ideia e entrar nessa rede, também”, comentou Eunice.
Segundo ela, o Sisejufe entende que todos temos responsabilidade social e isso pode e deve pautar a atuação do sindicato em diversas áreas. “A agenda 2030 da ONU nos obriga a todos, todos a assumirmos a responsabilidade para melhorar a vida da classe trabalhadora, das pessoas e da sociedade em geral, a cuidar do meio ambiente e da sustentabilidade. Então, todo o nosso trabalho de atuação para além das questões do nosso segmento de servidores federais, todo nosso trabalho está pautado pela agenda 2030. Economia solidária, luta contra o racismo, combate à violência de gênero, cozinha comunitária, horta coletiva etc. E foi com esse entendimento que chegamos ao Instituto LAR para oferecemos orientação jurídica e acesso à Justiça para as pessoas em situação de rua”.
Ana Paula Rios, presidente do Instituto LAR, falou sobre o projeto e agradeceu a parceria com o Sisejufe: “A gente precisa entender que essas pessoas têm todos os direitos que nós temos. Outra coisa é ter a clareza que um mundo melhor para todos significa um mundo melhor para as pessoas em situação de rua, também. E o que fazemos no Instituto LAR é trabalhar em três eixos (Levante, Ande, Recomece) para ajudar essas pessoas. Não somos assistencialistas. Somos construtivistas. Acreditamos que todo cidadão tem o potencial de recomeçar uma nova trajetória de vida”.
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