No mês de junho, as coordenadoras gerais da Fenajufe, Lucena Pacheco (também diretora do Sisejufe) e Sandra Cristina Dias, participaram do XI Encontro Nacional de Mulheres, Lésbicas, Travestis, Trans e Não Binários da Federação Judiciária Argentina (FJA). O evento contou com a participação de mais de cem representantes da capital Buenos Aires e das províncias argentinas. Representantes de entidades do Uruguai também participaram do evento. Na pauta, a democratização do Poder Judiciário sob a perspectiva feminista.
Durante a abertura do Encontro, dia 24, Lucena Pacheco agradeceu o convite das companheiras da FJA e destacou a importância da construção de uma política concreta onde haja um projeto sindical que a assuma a democratização interna do Judiciário. A coordenadora também destacou a democratização e inclusão nos serviços, onde uma pessoa seja atendida sem que haja no processo judiciário nenhum tipo de preconceito ou discriminação pelo fato de ser mulher ou por sua orientação de gênero.
Igualdade de gênero na direção da Federação
Lucena lembrou que, este ano, no 110 Congresso da Fenajufe, o movimento sindical dos servidores do judiciário conseguiu aprovar a paridade de gênero na direção e eleger duas coordenadoras gerais. “Na Federação dos trabalhadores judiciários do Brasil (Fenajufe) estamos criando uma rede de apoio às mulheres. Essa rede deve ter o papel de estabelecer um pacto onde as mulheres entendam que não podemos usar os mesmos instrumentos de opressão que os homens e que precisamos ocupar os espaços de poder para garantir nossa escuta. Precisamos não só de paridade quantitativa, mas também qualitativa, praticando uma política feminista. Por isso estamos muito gratos por estar aqui e poder compartilhar experiências e buscar a união entre nossos países para a construção dessa ampla rede que garante nossas conquistas. Nossos problemas são muito parecidos”.
O Encontro de Mulheres e LTTNB da FJA aconteceu na província de Córdoba, no Pampa argentino. Mas, antes, as dirigentes brasileiras visitaram a sede federativa da FJA, em Buenos Aires. Na oportunidade, foi realizada uma reunião entre os dirigentes argentinos e as convidadas sobre a conjuntura política na América Latina a partir das eleições progressistas no Chile e na Colômbia. A expectativa das nossas vizinhas e vizinhos do Judiciário é que, aqui no Brasil, o fascismo também seja barrado nas eleições de outubro.
As consequências da pandemia da Covid no mundo do trabalho, tanto no serviço público como no setor privado, foram debatidas. “O trabalho remoto nos pegou a todos de surpresa e temos uma série de consequências materiais e em relação à saúde nesse novo regime de trabalho”, alertou Lucena.
Nesse momento em que a luta feminista avança no mundo sindical e nos movimentos sociais, especialmente na América Latina, a troca entre o movimento sindical entre nações é fundamental. Eugênia Bianchi é co-Coordenadora Geral da FNJ e diz que a federação, assim como a Fenajufe, busca uma entidade mais inclusiva e representativa das trabalhadoras e trabalhadores argentinos.
Manuella Soares, jornalista, especial para o Sisejufe.