O comando nacional da greve no Judiciário federal indicou a suspensão do movimento a partir do dia 10/9. Houve o entendimento de que em um primeiro momento a greve cumpriu o papel de pressionar e chamar a atenção da cúpula do Judiciário para a grande defasagem salarial dos servidores, cobrando medidas concretas para a reposição salarial. Foram apontados alguns avanços nesse sentido, entre eles o diálogo estabelecido com o STF, embora não se tenha atingido ainda o objetivo que é a negociação efetiva entre o Poder Judiciário da União, Ministério Público da União e Executivo, e a aprovação dos reajustes no Congresso Nacional.
A avaliação é que, na ausência de fatos novos mais significativos, ou de reação mais efetiva da categoria nos estados que se refletisse em maior adesão ao movimento, seria recomendável a suspensão da greve após a realização do ato nacional ocorrido ontem, 10, durante a posse do ministro Ricardo Lewandowski na presidência do STF, com o objetivo de denunciar a violação da autonomia das instituições pela presidenta Dilma, presente à cerimônia, e reivindicar da cúpula do Judiciário e do MPU empenho na abertura de negociação com o governo como condição necessária para assegurar o reajuste salarial.
O comando nacional recomenda, no entanto, a manutenção do estado de greve e um calendário de atos e apagões no próximo período, no intuito de manter a pressão e garantir visibilidade à demanda dos servidores. O calendário deve levar em conta também o cronograma da Justiça Eleitoral.
A situação da greve no Judiciário Federal em todo o Brasil foi avaliada em reunião, na última semana, na sede da Fenajufe. Além de dirigentes da Federação, participaram do encontro representantes de nove dos dez sindicatos em greve (Sindjus/DF, Sindiquinze/SP, Sintrajufe/RS, Sintrajusc/SC, Sindijufe/MT, Sindjufe/BA, Sintrajud/SP, Sisejufe/RJ e Sintrajurn/RN).
Os representantes avaliaram a greve a partir dos informes dos sindicatos presentes, que relataram o patamar de greve instalada e fizeram análise dos desafios e dificuldades enfrentados nos seus estados. Foi indicado o dia 24 de setembro para um novo apagão nos estados, com ato nacional no STF. Atos semanais seriam realizados pelos sindicatos nos tribunais e fóruns, para manter e amplificar o estado de mobilização da categoria.
A unidade tem sido a maior força da categoria desde a conquista do primeiro plano de cargos e salários dos servidores. A Fenajufe reafirma esse compromisso e conclama os servidores a manterem firme a mobilização em todo o país, na busca da tão urgente e necessária recomposição salarial para todos, e a somarem forças na luta por um plano de carreira que respeite as especificidades, corrija distorções, e valorize e unifique a categoria.
Fonte: Fenajufe