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Sindicato dos Servidores das Justiças Federais no estado do Rio de Janeiro - Telefone: (21) 2215-2443

Carta aberta aos usuários do Poder Judiciário Federal no estado do Rio de Janeiro

Vivemos sob os efeitos de uma política de gestão orçamentária que vem diminuindo, ano após ano, o gasto com a folha de pessoal para patamares muito abaixo do que permite a própria lei

Os servidores do Judiciário Federal no Estado do Rio de Janeiro comunicam aos jurisdicionados, advogados e demais usuários das justiças federais no Estado do Rio de Janeiro, que a categoria judiciária entra em greve a partir do dia 20 de agosto, quarta-feira, como último instrumento para garantir a aprovação de Projeto de Lei que garante a reposição salarial devida nos últimos anos. Desde o ano de 2009, os servidores do Poder Judiciário Federal, lutam pela aprovação do PL 6613/09 que garantiria a reposição salarial da categoria em função de período inflacionário anterior. Além de não obter a recomposição salarial, os servidores viram, ao longo de cinco anos, a defasagem salarial aumentar, corroendo os seus salários enquanto diversas categorias obtiveram aumento em suas malhas e tabelas salariais e, consequentemente, recuperando seus salários frente à inflação e, até mesmo, obtendo ganho real.

Os servidores do Judiciário Federal não podem mais esperar para obter o que é seu por direito e a greve está na rua pra valer. Pedimos a compreensão diante dos possíveis transtornos causados e, também, o apoio às nossas reivindicações para que rapidamente possamos retomar à normalidade de nossas atividades e na prestação dos serviços, que esperamos sempre sejam de qualidade.

Falta salário e sobra trabalho
Os servidores têm sido cobrados por resultados para além dos limites da equidade entre carga e jornada de trabalho. Isso, em função da junção entre metas de trabalho aleatórias – sem critérios e acima do razoável -, e de distribuição de processos por quadro de servidores lotados em varas e cartórios. A intensificação operada a partir da implementação do Processo Judicial Eletrônico (PJE), como ferramenta estratégica na busca da celeridade e produtividade, não veio acompanhada de suporte necessário para o seu uso por servidores, juízes e advogados. O uso da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) como ferramenta de controle da produtividade, aliado aos processos competitivos estabelecidos através de ranqueamentos estatísticos de produtividade dos tribunais e, por consequência, dos seus órgãos, tem levado servidores e juízes ao adoecimento na busca por alcance e/ou superação de metas propostas.

Governo arrecada muito e investe pouco
Os servidores federais vivenciam os efeitos de uma política de gestão orçamentária que vem diminuindo, ano após ano, o gasto com a folha de pessoal para patamares muito abaixo do que permite a própria Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). É contraditório que um governo que se define como desenvolvimentista, tenha a oferecer para os seus servidores apenas a sua política fiscalista, que pouco ou nada investe em quem de fato cumpre o papel do Estado na materialização da realização dos direitos.

Frente aos sucessivos recordes de arrecadação, fica cada vez mais difícil para o governo (Executivo e Judiciário) sustentar o discurso de que a crise impõe restrições e impede melhorias importantes e urgentes no setor público. Os servidores não podem aceitar argumentos que se mostram falaciosos, o setor público necessita de revitalização e investimentos urgentes e os servidores do Judiciário Federal precisam de reposição salarial para manter o quadro de pessoal qualificado e permanente. Valorização do serviço público e do servidor é isso que o funcionalismo, em geral, vem cobrando.

Sem negociação a greve é a solução
Todas as tentativas para que o processo de negociação avance têm sido realizadas pelos representantes da categoria junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), enquanto Poder Judiciário e junto ao Poder Executivo sem que tenhamos obtido, até aqui, qualquer avanço concreto.

Apesar de todo o esforço para acelerar a votação do PL 6613/09, sem a pressão da categoria, não teremos a sensibilização do Poder Executivo no que diz respeito à liberação dos recursos. Também concluímos que somente com muita mobilização dos servidores do quadro, o Poder Judiciário Federal, através da sua representação maior, posicionar-se-á pela valorização do seu quadro funcional e exigirá à presidente Dilma Rousseff a aprovação do referido projeto de lei.

A categoria, após apresentar, e reiterar através da sua Federação Nacional, a pauta de reivindicações, entra em Greve pela aprovação do PL 6613/09 que trata da reposição salarial dos servidores do Judiciário Federal. O objetivo principal da greve é cobrar do Poder Judiciário e do Ministério Público da União (MPU) que façam valer suas autonomias e garantam a dotação orçamentária para a implementação dos projetos de lei 6.613/09 e 6.697/09.

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