A direção do Sisejufe participou, na sexta-feira (26/03), de uma reunião por videoconferência, com a deputada federal Talíria Petrone e a bancada do PSOL na Câmara. Foram analisados pontos polêmicos do texto da PEC 32 (reforma administrativa).
“Essa proposta deveria ser chamada de PEC da mentira ou PEC da rachadinha por trazer de volta a contratação sem concurso público e a criação de cinco vínculos precários com a administração, o que facilitará a contratação de apadrinhados políticos e pessoas de interesse dos políticos da vez”, afirmou a diretora do sindicato, Soraia Marca.
Além de Soraia, o Sisejufe esteve representado pelos diretores Mariana Petersen e Pietro Valério, do Departamento de Relações Institucionais e Parlamentares. O encontro contou ainda com a participação de diversas entidades de serviços públicos .
A deputada Fernanda Melchiona ressaltou que a oposição está usando a estratégia de obstruir as votações na CCJ. A parlamentar informou que ficou decidido, através da pressão dos partidos de oposição com presidente da CCJ, que durante 15 dias só serão discutidos assuntos sobre a pandemia e, posteriormente, serão apresentados requerimentos de audiências públicas, para tentar protelar mais ainda a votação da reforma.
“O importante é evitar a tramitação da PEC até onde for possível, já que o que está em jogo é acabar com o Estado. Desmascarar a lógica neoliberal do Paulo Guedes que tenta imprimir a lógica mercadológica na Constituição de 88. São ataques brutais aos serviços e aos servidores públicos e precisam ser barrados”, afirmou a deputada.
Assim, é urgente a disputa de narrativa que comprove a necessidade do Estado fortalecido, com serviços públicos de qualidade e servidores independentes, cujo ingresso na administração se dá por concurso público.
A realidade da proposta é o fim dessa lógica e faz-se necessário o diálogo com os verdadeiros usuários destes serviços. Sair da bolha e alcançar a população se faz urgente.
O diretor Pietro Valério aponta que, cada vez mais, é precisa conversar, criar e ocupar os espaços de diálogo entre os que resistem a esse quadro de desmonte geral do Estado.
“Essa situação se agrava com a flagrante perseguição sindical praticada pelos governos recentes que busca desmobilizar a sociedade e, com isso, consiga avançar com essa agenda nefasta de desamparo à população. Se por um lado a gente tem que falar, mais importante é abrirmos nossa escuta para que nosso discurso seja coeso e reflexo das necessidades da sociedade. As entidades articuladas e com uma prática afinada criam uma força muito mais eficiente para não só defendermos a população, como para criarmos as condições necessárias para voltar a promover mais justiça nas relações sociais”, completou o dirigente sindical.