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Após análise criteriosa, professores da USP reforçam confiabilidade das urnas eletrônicas

Especialistas rebatem informações falsas a respeito dos sistema eleitoral brasileiro. Marcos Simplicio e Wilson Ruggiero elucidam três pontos que consideram merecer especial atenção. Veja na matéria

Os relatórios infundados e falsos sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas que foram disseminados recentemente de maneira irresponsável por grupos bolsonaristas foram analisados por pesquisadores da USP e da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), a fim de elucidar as principais dúvidas deixadas no processo eleitoral brasileiro. Eles DESMENTEM três aspectos importantes dessas falsas alegações e esquematizam Comentários sobre alegações infundadas ou falsas sobre as urnas eletrônicas brasileiras.

Os docentes Wilson Ruggiero e Marcos Simplicio, ambos do Laboratório de Arquitetura e Redes de Computadores (Larc) do Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais da Escola Politécnica (Poli) da USP, comentan os dados da análise feita dos chamados “relatórios preliminares de análise das urnas eletrônicas usada na eleição presidencial do Brasil no primeiro turno – 2 de outubro de 2022”, utilizando dados de amostras coletadas em testes feitos nas urnas eletrônicas e a partir da explicação tecnocientífica do funcionamento das urnas eletrônicas.

Três tópicos analisados

A primeira alegação, segundo esse relatório preliminar, é a de que as urnas de modelos anteriores a 2020 “não possuem documentação de auditoria recente e que os relatórios extraídos não são passíveis de auditoria”. O professor Wilson Ruggiero, um dos responsáveis pelo relatório e participante do convênio com o Tribunal Superior Eleitoral sobre segurança das urnas, diz que houve a análise dos modelos de 2020 e 2015 com o convênio, ocasionando não só o acesso à documentação e códigos fontes, como a operação de testes nas urnas.

Ele salienta que, desde o último teste público de segurança, o chamado TPS, ocorrido no ano passado, 26 grupos de pesquisadores testaram e reportaram todos os dados das urnas anteriores a de 2020. Este último modelo ficou pronto recentemente e passou por um processo de “teste bastante profundo”. Para Ruggiero, “não há nenhuma justificativa para fazer essa alegação”.

O segundo tópico desmentido refere-se à “existência de diferenças sutis entre os arquivos de log das urnas, havendo conformidade entre ao menos dois softwares nas urnas, em diferentes modelos, não dependentes de determinado modelo”.

Em primeiro lugar, log é o registro das atividades feitas na urna, por meio dele é possível localizar eventuais alterações e acessos no software da urna, o que gera dados arquivados e disponíveis para solicitação e verificação no Portal da Transparência do TSE. A crítica não se sustenta à medida que há apenas um único software em operação em todas as urnas, o que muda é a versão física das máquinas (o hardware), que podem ser de 2020 ou 2015.

A partir de testes feitos pelos pesquisadores, o professor Marcos Simplicio, também pesquisador do projeto, relata que foram constatadas pequenas diferenças de logs, em diferentes máquinas, que dizem respeito às interações com o operador: “Aconteceu uma pequena alteração, como o equipamento com bateria baixa, o que não significa que essa situação foi anormal”. Portanto, os logs são diferentes, mas o software é o mesmo.

Já a existência de uma “suposta trava que impede a soma total de votos lançados para os candidatos, que impedia a ultrapassagem de um determinado número de votos”, o terceiro tópico analisado pelos pesquisadores, é refutada no momento em que há uma diferença dos números de votantes nas zonas eleitorais e seções: “Isso é a realidade de cada seção eleitoral, e nessa seção tem um número máximo fixo de eleitores designados a votar. Então, essa suposta trava é ultranatural”, completa Ruggiero.

Confiabilidade das urnas eletrônicas

Com a visibilidade das urnas eletrônicas ocasionada pela eleição de 2022 e a dimensão que os discursos questionáveis vem tomando, é importante ressaltar questões de ordem técnica colocadas pelos pesquisadores, a fim de refutar qualquer tipo de alegação sem embasamento.

Em relatórios que questionam a confiabilidade das urnas, a utilização de um linguajar mais técnico é apontado pelo professor Ruggiero como um dos principais mecanismos utilizados por grupos contestadores do sistema: “A tática é de dar uma conotação aparentemente técnica e confusa, para que o leigo não consiga entender de fato o funcionamento do sistema, fazendo ele acreditar”.

Ele é complementado por Simplicio: “Todas as alegações falsas e que carecem de explicações não param. As notícias falsas vão muito mais rápido que as explicações, mas estamos tentando manter um ritmo de verificação trazendo esclarecimento à população”.

Posição do Sisejufe

A diretoria do sindicato reforça o seu posicionamento em defesa das urnas eletrônicas, que são um instrumento fundamental para a Democracia, para assegurar os direitos das eleitoras e eleitores e para garantir a cidadania das pessoas com deficiência. O Sisejufe exalta, mais uma vez, o comprometimento das servidoras e servidores na realização das eleições de maneira confiável e segura. É inconcebível que movimentos antidemocráticos continuem insistindo em teses infundadas e mentirosas sobre nosso sistema eleitoral. É urgente que as autoridades atuem para coibir e punir a falta de respeito com esse ramo do Judiciário.

Fonte: Jornal da USP / foto em destaque: Marcelo Camargo – Agência Brasil

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