Nove centrais sindicais convocaram a manifestação. Entidades também decidiram aumentar a pressão sobre parlamentares
As centrais sindicais CUT, CTB, Força Sindical, UGT, CSB, Intersindical Luta e Organização, CSP-Conlutas, Intersindical-Central da Classe Trabalhadora, CGTB e NCST decidiriam, em reunião na terça-feira (26/02), em São Paulo, promover o Dia Nacional de Luta e Mobilização em Defesa da Previdência, em 22 de março. A mobilização, segundo os sindicalistas, é um aquecimento na organização de uma greve geral em defesa das aposentadorias. O Sisejufe vai se juntar à classe trabalhadora, em especial à Frente Rio contra a Reforma da Previdência para construir este grande ato.
“A última reunião da diretoria encaminhou no sentido de mobilizar a base nos locais de trabalho e conscientizar os servidores por meio de debates, materiais explicativos e participação nas atividades de luta contra a Reforma da Previdência e seus efeitos perversos”, afirma a assessora política do sindicato, Vera Miranda.
Na avaliação das centrais, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 06/2019) que o governo de Jair Bolsonaro (PSL) entregou ao Congresso Nacional é muito pior do que a do ex-presidente Michel Temer (MDB), derrubada pelos trabalhadores e trabalhadoras depois da maior greve geral da história, em abril de 2017.
A PEC da reforma de Bolsonaro dificulta o acesso à aposentadoria e reduz o valor dos benefícios ao estabelecer a obrigatoriedade da idade mínima de 65 anos para os homens, 62 para as mulheres e aumentar o tempo de contribuição de 15 para 20 anos. A proposta também retira da Constituição o sistema de Seguridade Social brasileiro.
PRESSÃO NO CONGRESSO NACIONAL
Além do dia de mobilização, as entidades decidiram aumentar a pressão sobre os parlamentares, seja em suas bases ou nos aeroportos, em todos os locais onde eles circulem para que todos saibam que se “votar, não volta”. As centrais sindicais deverão se reunir também com os movimentos sociais, lideranças partidárias e religiosas, estudantes e mulheres para deliberar uma forma conjunta de luta contra o fim da aposentadoria.
TRABALHADORAS SÃO AS MAIS PREJUDICADAS
Os sindicalistas também endossaram o apoio ao Dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, para mostrar às trabalhadoras que elas são as mais prejudicados pela Reforma da Previdência.
Segundo as regras atuais, uma mulher de 55 anos e com 25 anos de contribuição teria de trabalhar mais cinco anos para se aposentar por idade e conseguir receber o benefício integral. Ou seja, estaria aposentada aos 60 anos e com 30 anos de contribuição.
Mas, a reforma de Bolsonaro, além de impor a idade mínima de 62 anos tem regras de transição duríssimas. Se o Congresso aprovar a PEC, essa mesma mulher terá de trabalhar mais sete anos (55 + 7 = 62) para se aposentar por idade. Ainda assim, ela só chegaria a 32 anos de contribuição (25 + 7 = 32) e não se aposentaria com o benefício integral, que, pelas novas regras, vai exigir, no mínimo, 40 anos de contribuição.
Com informações da CUT