O Supremo Tribunal Federal suspendeu liminarmente, ou seja de maneira provisória, a portaria 1.129 do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), publicada no último dia 16, que mudava as regras de fiscalização do trabalho escravo. A decisão desta terça-feira (24/10) foi da ministra Rosa Weber em ação protocolada pelo partido Rede Sustentabilidade, que alega desvio de poder na edição da portaria. O processo irá para julgamento no plenário do Supremo, mas até lá, a portaria está suspensa.
A série de alterações teve repercussão negativa entre entidades que tratam do tema no Brasil e do exterior. O Ministério Público do Trabalho atacou o governo federal após a publicação da portaria. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) e o ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, também se manifestaram contra a medida. Auditores fiscais criticaram duramente a portaria e fizeram uma paralisação na semana passada.
A insatisfação com a portaria, que dificultava a identificação de condições de trabalho como análogas ao trabalho escravo, desencadeou uma série de pedidos de revogação e de ações no Judiciário. Só no STF, foram três ações, contando com a da Rede.
Fonte: O DIA