O servidor do TRE-RJ e professor Rodrigo Garcia, lotado em Nova Friburgo, foi premiado com o curta-metragem “No Mar” na 2ª Mostra Cine PCD, realizada em Salvador entre os dias 25 e 27 de setembro. O filme participou da mostra competitiva e Rodrigo apresentou a obra antes de sua exibição. O curta recebeu o Prêmio de Fotografia do festival, que celebra o cinema realizado ou protagonizado por pessoas com deficiência.

Debate de abertura, com o ator Giovani Venturini e o professor da Universidade Federal da Bahia Eduardo de Oliveira.
A mostra também promoveu debates e encontros sobre cinema e deficiência, acessibilidade audiovisual e políticas públicas para inclusão no setor. O Sisejufe, que apoiou financeiramente o projeto, garantindo as traduções em Libras, legendas e audiodescrição, celebra mais esta conquista de um talento que é Prata da Casa.

Rodrigo com o ator Giovani Venturini (homem com nanismo) e organizadores da mostra
Um mergulho em reflexões sobre esporte e capacitismo
“No Mar” é um documentário curta-metragem dirigido pela cineasta Clara Linhart, conhecida por obras como Os Sapos e Eu Sou Maria, e pelo servidor Rodrigo Garcia, que também é pessoa com deficiência.
O filme acompanha um treino de Rodrigo, que nada da Praia Vermelha ao Arpoador, no Rio de Janeiro, enquanto reflete sobre o esporte, a sociedade e o modo como o discurso da “superação” pode reforçar visões capacitistas.
“O principal tema do filme é a crítica à idealização do conceito de superação para pessoas com deficiência”, explica Rodrigo. “A ideia é provocar reflexão sobre como a sociedade, mesmo com boas intenções, pode reforçar estereótipos.”
De Nova Friburgo para o mundo
Finalizado em 2022 e estreado em 2023, “No Mar” já participou de mais de 30 festivais de cinema, em 15 países, incluindo Brasil, Argentina, México, EUA, França, Itália, Portugal, África do Sul e Índia. A obra também acumula outros reconhecimentos, como o Prêmio do Júri Popular do Festival Sinédoque (RJ, 2023) e o Prêmio Especial Heyoka, no festival italiano Uno Sguardo Raro (2024).
Rodrigo destaca que o sucesso da obra se deve à sua temática diversa, que dialoga com áreas como esporte, meio ambiente e acessibilidade, além de contar com a presença de outras linguagens artísticas, como artes plásticas, poesia e trilha sonora original.
Um dos colaboradores do filme é o humorista, ator e nadador Hélio de La Peña, que empresta sua voz a uma das cenas.
Apoio do Sisejufe e novos projetos
O curta foi produzido com 90% dos recursos da Lei Aldir Blanc, criada para apoiar o setor cultural durante a pandemia, e recebeu do Sisejufe o aporte destinado à produção das acessibilidades.
“Fizemos o No Mar com pouca pretensão, mas os resultados têm sido incríveis. O filme está circulando por diversos espaços, com públicos diversos e diferentes entre si. Isso é muito gratificante, pois é nossa contribuição – minha, da diretora Clara, do produtor Yan e de toda a equipe – para um processo de luta. Discutir a liberdade dos corpos com deficiência é, antes de qualquer coisa, uma ocupação política”, afirmou Rodrigo. Mesmo sem formação profissional em cinema, ele já trabalha no argumento de um novo curta-metragem sobre a temática da deficiência.
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