O G1/Globo publicou reportagem, neste domingo (21/9), com dicas de museus que ampliaram programas de acessibilidade no Mês da Luta da Pessoa com Deficiência. Entre eles estão o Museu do Amanhã e o Museu do Jardim Botânico, que têm buscado construir práticas que dialoguem com essas lutas, ampliando as possibilidades de acesso e de produção de experiências plurais.
O Museu do Amanhã já conta com diretrizes relacionadas a práticas acessíveis junto a pessoas com deficiência e, este mês, inaugura a Sala de Autorregulação. Disponível para qualquer pessoa sem agendamento prévio, o espaço foi desenvolvido pelo museu a partir de pesquisas voltadas à criação de condições de acolhimento e participação de diferentes modos de existência, incluindo o público neurodivergente.
A sala conta com recursos como regulação da luz e variação de cores, piscina de bolinhas, pufe, poltrona e objetos de exploração tátil, além de kits de autorregulação com itens como abafadores de ruído e óculos escuros.
A iniciativa veio após a inauguração de outros dois projetos de acessibilidade e inclusão do Museu do Amanhã: a Narrativa Descritiva Visual e o Mapa Sensorial, voltados à ampliação das formas de participação de pessoas neurodivergentes e com deficiência visual. Para além das novidades, ainda há recursos como a robô Ma.IA, que possui a finalidade de guiar pessoas com mobilidade reduzida ou deficiência visual para os principais pontos do museu.
“O Museu do Amanhã tem o compromisso de construir experiências que reconheçam e acolham a diversidade das formas de existência. Por isso, nossos trabalhos não param: dedicamo-nos a cada detalhe, desde as pesquisas que dão início aos projetos até a consolidação da experiência do visitante, sempre atentos à produção de acessibilidades que ampliem modos de participação”, explica Camila Oliveira, gerente geral de conteúdo.
Já o Museu do Jardim Botânico promoveu, no próprio dia 21, uma edição especial do Domingo Acessível, além da já tradicional no último domingo do mês (28). A iniciativa busca oferecer experiências que contemplem diferentes formas de percepção, mobilidade e comunicação, acolhendo pessoas com deficiência visual, auditiva, intelectual, motora e neurodivergente. As atividades incluem recursos como interpretação em Libras, materiais táteis, mediações sensoriais e estratégias que estimulam a autonomia e o protagonismo dos participantes.
“O Museu do Jardim Botânico já dispõe de recursos que tornam a visita acessível a diversos públicos. O Domingo Acessível amplia essa vivência, que é educativa para todos, não apenas para pessoas com deficiência. Quanto mais diversidade, maior é a aprendizagem”, destaca Daniela Alfonsi, diretora do Museu.
O Museu do Jardim Botânico dispõe de piso podotátil, que orienta o percurso de pessoas com deficiência visual, além de mapa tátil de cada pavimento e uma maquete tátil do edifício. Complementando os recursos, o espaço oferece um WebApp com conteúdos acessíveis, incluindo textos em português, inglês e espanhol, vídeos em Libras e recursos de audiodescrição. É também um dos primeiros museus a ter todos os textos expositivos adaptados à linguagem simples.
Apenas no estado do Rio de Janeiro, há cerca de 89 mil pessoas com deficiência registradas na Carteira de Identidade Nacional (CIN) até julho de 2025, diz a reportagem. Além disso, seus rendimentos são significativamente menores do que os das pessoas sem deficiência, e iniciativas como redução do preço das entradas tanto para elas como para seus acompanhantes também colaboram para o acesso – no Museu do Amanhã, PcDs pagam meia e seus acompanhantes não pagam; no Museu do Jardim Botânico, a entrada é liberada para todos.
Fonte: G1/Globo