A manifestação contou com protestos nos 26 estados brasileiros, além do Distrito federal
O Centro do Rio de Janeiro foi palco de mais uma grande mobilização em defesa da Educação e contra a Reforma da Previdência, nesta terça-feira (13/08). O ato, convocado pelas Centrais Sindicais, Movimentos Estudantis e Movimentos Sociais, começou na Candelária e seguiu em direção à sede da Petrobras, reunindo cerca de 40 mil pessoas.
Mesmo com a chegada na chuva, no meio do percurso, os manifestantes não dispersaram. Trabalhadores e estudantes seguiram em marcha cantando palavras de ordem contra o presidente Bolsonaro, os cortes na educação e os ataques aos direitos.
SISEJUFE PRESENTE
Diretores do Sisejufe e servidores do Judiciário Federal participaram do ato com uma encenação bastante crítica, que chamou a atenção dos participantes e da imprensa que cobria o evento. “Levamos uma grande cruz para a passeata com a palavra “O Povo” presa nela e galhardetes de cada deputado que votou a favor da Reforma da Previdência, com a intenção de demonstrar, simbolicamente, a maldade que está sendo feita com os trabalhadores justamente quando eles mais precisariam do Estado, que é no momento de garantir uma aposentadoria digna. Isso sensibilizou a todos os presentes porque demonstrou claramente o que está acontecendo no país. As pessoas se sentiram representadas”, avaliou o diretor do Sisejufe Ricardo Horta.
LUTA CONTINUA
O dirigente acrescentou que a manifestação teve boa adesão dos estudantes, mas considerou que a participação dos servidores poderia ser maior e convocou a categoria a se manter firme na luta. “Mesmo com a derrota que o povo sofreu com a aprovação da Reforma da Previdência na Câmara, não podemos deixar de demonstrar que somos contrários a esta agenda do governo Bolsonaro. O desmonte da Previdência não é o único ataque aos trabalhadores. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, já sinalizou que a próxima pauta é a Reforma Administrativa, que vai afetar trabalhadores e servidores públicos”, enfatizou Horta.
MERCANTILIZAÇÃO DOS DIREITOS
Para o vice-presidente do Sisejufe, Lucas Costa, o que se verifica é que a retirada dos direitos sociais a partir das reformas legislativas dos governos neoliberais de Temer e Bolsonaro buscaram, em última análise, transformar esses direitos em verdadeiros “produtos” a serem comercializados sem qualquer regulação efetiva, tais como a saúde, a segurança e a educação.
“Mesmo com as seguidas tentativas de criminalizar os movimentos sociais e das investidas do governo para a desmobilização estrutural das organizações sindicais, o povo permanece nas ruas, demonstrando que a maioria da sociedade não concorda com as políticas de desmonte do setor público, notadamente da educação e da pesquisa científica. Seguimos organizados na luta em defesa dos direitos sociais, como os trabalhistas e previdenciários, e contra o desrespeito aos direitos fundamentais e garantias individuais, bem como alertando a comunidade para a vulgarização das instituições governamentais”.
Lucas ressaltou: “seguiremos combatendo a absurda concentração de renda, resistindo ao retorno da miséria e da fome, defendendo que os serviços públicos sejam devidamente prestados à sociedade e que a assistência social possa diminuir o abismo entre as diferentes camadas sociais”.
ATOS EM OUTROS ESTADOS
A manifestação contou com protestos nos 26 estados brasileiros, além do Distrito federal. Segundo levantamento da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), pelo menos 211 municípios brasileiros registraram atos nesta terça.